Wednesday, December 17, 2008

Natal

No ano passado, a minha arvore de Natal foi feita com um ramo seco que eu apanhei no "bosque" aqui da frente e enrolei imensas luzinhas. Este ano o natal ainda não chegou, ainda não chegou aquela sensação quentinha na alma, aquele fascínio em ver as luzinhas pelas ruas.
Talvez comece quando entrar no avião dia 23. A única coisa que eu quero, e pela qual estou a contar os dias, é poder abraçar a minha mãe e dizer-lhe o quanto gosto dela.
Tudo o resto não tem a menor importância.

Monday, December 15, 2008

A semana passada não terminou da melhor maneira. Na 6ª feira tive uma grande discussão com uma colega/aluna no trabalho. Uma jovem que não me respeita e que desde o principio confunde a minha dificuldade na língua com a minha capacidade e competência profissional. A discussão foi feia, tirou-me o sono e o descanso.
Para compensar tive um fim de semana em grande. Começou na 6ª feira com um jantar na casa de uns amigos portugueses também perdidos por aqui. Foi muito bom, agradável. Não houve momentos mortos na conversa e foi tagarelice a noite toda.
No sábado, foi tempo de ir ás compras. Consegui finalmente encontrar a mala que andava já há uns meses à procura.
Depois de passearmos ao frio por Amsterdão, fomos ver Vicky Cristina Barcelona
, filme de Woody Allen. Eu adorei o filme!
O filme apesar de ser passado na Europa, tem todas as características do cinema americano, falta-lhe o realismo dos cenários, da luz. Este é para mim o ponto negativo do filme. O resto é tudo positivo, todas as representações são excelentes. Penelope Cruz em papeis em que fala a sua língua materna é demais! É um dos filmes que tal como muitos outros do Woody Allen que hei-de rever até mais não. :)
Trailer.

Domingo foi também muito bom. Encontrámos-nos com uns amigos para almoçar e depois passados a tarde no mercado de natal em Haarlem. No meio de tantas coisas giras para comprar, só compramos uma fatia de bolo de laranja encharcado que estava divinal.
A Catarina atraída pelo cheiro a "cozido à portuguesa" acabou por experimentar o pãozinho com beenham e zuurkool e gostou.
Estava imenso frio daí a nossa figura triste.
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Regressamos cedo a casa dedicamos-nos a ver filmes dedicados à quadra natalicia. Os escolhidos foram Nightmare before Christmas



e Tokyo godfathers.

Wednesday, December 10, 2008

cinema

Ontem fomos ver Changeling. Eu gostei muito do filme.
A historia é apresentada de maneira desesperante. Em que a verdade é manipulada, em que a pessoa que procura a verdade e a procura expor, não é ouvida, é ignorada e perante a sua insistência é considerada doente psiquiátrica. A primeira parte do filme tem um ambiente ao estilo do Processo de Kafka, daí surge o desespero e a pergunta constante "porque é que ninguém a ouve?".
O filme mexeu comigo. A meio, a minha revolta era tanta que apetecia-me gritar com um dos personagens, esbofetea-lo.

Gostei muito da representação da Angelina Jolie!

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Tuesday, December 9, 2008

Domingo

Foi dia de Anton Pieck's Parade no centro de Haarlem. Em duas ruas de Haarlem juntam-se várias pessoas vestidas com fatos da época de Anton Piek e dos seus desenhos, tentando evocar o espirito desses tempos. Há também musica teatro de rua e algumas "barracas" com artigos artesanais.
O espirito é divertido e corremos o risco de um desconhecido querer dividir connosco um biscoito de chocolate muito apetitoso. :)
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Sabado

Após de ter trabalhado de manhã, queria aproveitar ao máximo o resto do dia. A condição física não era das melhores mas a vontade era mais do que muita.
Fomos primeiro ao FOAM, Vimos duas exposições e a minha preferida foi sem dúvida alguma a do fotografo holandês Kees Scherer. A sua fotografia (exposta) é em preto e branco, muito clean e como o João diz muito "certinha". Exactamente como eu gosto. As fotografias eram lindas.
Aqui fica uma das suas fotos patente na exposição.

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O objectivo seguinte era ir ao cinema ver Changeling, mas a falta de bilhetes para uma sessão a horas decentes fez-nos mudar de opinião. Acabamos por ir jantar a o restaurante típico holandês, onde entrámos quase por acaso. Era o típico bar restaurante todo revestido de madeira muito escuro, muito quente. O jantar foi também típico Stampot com salsicha e estava uma delicia.

Chegados a casa com a barriga cheia e com metade dos planos furados, acabamos por ver um filme tailandês e seu nome Chocolate. A razão do nome é incompreensível. O filme tem pouca ou nenhuma historia e muita acção. Muitas lutas com coreografias fantásticas, quase ao estilo de Matrix quando Neo combate com 1000 agentes Smith. Diferença a miúda do filme tailandês não voa! :)
Não acho que seja um filme que eu recomende mas não foi tempo desperdiçado.

Para os mais curiosos aqui fica o trailer.

Wednesday, December 3, 2008

Noite em casa

Fazia parte dos planos ir ao Film Huis Cavia, mas uma boa dose de preguiça e de frio, mantiveram-nos em casa.
Foi um serão comum cá em casa mas muito bom. Jantámos muito cedo, fizemos crumble de maçã e fomos enrolar-nos no sofá. Apesar de estarem 21 graus em casa, tenho frio e preciso de uma manta é mais confortável e aconchegante.
Acabámos por ver o filme Mad Detective. Um filme muito bom, complexo o suficiente para nos manter embrenhados na história, leve o suficiente para ser divertido, intrigante, com oportunidade para os mais filosóficos explorarem um ou outro tema.
Deixo aqui o trailer.


Sem duvida a ver!

Tuesday, December 2, 2008

Coelho

Este fim de semana, vi pela segunda vez coelho à venda. Não que eu seja maluca por coelho, mas acho que a quase impossibilidade de o adquirir, me fez ficar a deseja-lo. Comprámos e fizemos para o almoço de domingo. Não estava igual ao da minha mãe, mas estava bastante bom.
Agora vou andar à procura de pato. Já não como arroz de pato há mais de um ano!

Cinema de rifas

Já aqui falei do Film Huis Cavia, da sua estranheza. Hoje falo de De Nieuw Anita, um cinema em que os bilhetes também são rifas. Não sei, ou não me lembro, como é que o João descobriu esta pérola. Ontem "arrastou-me" para lá para ver um documentário sobre Robert Crumb, cartoonista. O documentário foi bastante interessante e sem dúvida valeu a pena ir vê-lo.
Mas mais interessante que o documentário é o local. A entrada faz-se pelo uma bar com ar de sala de estar, com aspecto acolhedor e confortável. O café custa 1 euro. Pelas mesas estavam distribuídas grandes tigelas de pipocas. Algumas estantes com livros. O que me fez recordar um bar, no bairro alto, pequenino, com as paredes revestidas de livros, disponíveis para serem lidos e comprados, por vezes tinha exposições de fotografia, de escala pequena pois o espaço era mínimo. O objectivo do bar beber um copo e ler um bom livro, não uma combinação muito famosa mas para alguns bastante agradável. O nome do bar não me lembro.
Voltando a Amsterdão. O João conduziu-me às traseiras onde comprámos os nossos bilhetes ou as nossas rifas. E entrámos num espaço parecido com a cave desarrumada de alguém. Nada daquelas filas de cadeiras , bem ordenadas de um cinema "normal". As cadeiras são desirmanadas, com diferentes almofadas. Existem duas coisas a saber para escolher um bom lugar, chegar cedo ( o que significa uma hora antes) para marcar lugar, e fugir da coluna que está a meio da sala.
A sala estava a abarrotar, havia pessoas sentadas no chão no primeiro andar, (ou como se chamaria noutros locais no balcão). O ambiente é muito descontraído e agradável, apesar de se correr o risco de acabar com o rabiosque quadrado se não se chegar antes, para arranjar um bom lugar.

É por isto , entre outras tantas coisas, que a vontade de nos mudarmos para Amsterdão é cada vez maior.

Tuesday, November 25, 2008

Pequenos prazeres

Ouve-se frequentemente que a vida é feita de pequenos prazeres, acredito que seja verdade. Mas por outro lado, acho que precisamos de nos forçar a perceber esses pormenores para lhes poder dar o valor e aprecia-los, senão corremos o risco que nos passem ao lado.
Este fim de semana foi recheado desses pequenos momentos.

- acordar e ver tudo branco, tudo coberto de neve;
- sentir a neve a cair de leve e ver o casaco devagarinho a ficar branco;
- sentir o sol na cara quando está muito frio;
- ter um sofá novo que me permite ver um filme com a cabeça no colo do João;
- os 3 rolinhos de sushi da entrada de um jantar num restaurante japonês . O menu inclui inúmeros pratos mas o sabor que eu me recordo é desses 3 primeiros rolinhos de sushi;
- Ir ao cinema com mais 2 amigos para além do João;
- A bebida pequenina com chantily, que nos ofereceram a acompanhar o café;
- ver Al Pacino e Robert de Niro no mesmo filme :)


Foi um fim de semana muito bom!

Tuesday, November 18, 2008

Bem disposta

Hoje estou particularmente bem disposta, apesar de não saber bem porquê! Mas não interessa o sentimento é muito bom. Apetece-me ouvir musicas na bela voz de Frank Sinatra e dançar, rodopiar, rodopiar.

Uma das músicas que eu gosto de ouvir até à exaustão é "Fly me to the moon"

Aqui ficam as imagens que completam o post de ontem:

- O meu casaco e o meu cachecol novos; :)

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- A chegada do Sinterklaas a Haarlem. Uma tradição nacional que eu gosto bastante. Emociono-me sempre quando há uma tradição que une avós, pais e netos e foi o que aconteceu. Quando o barco chegou a alegria era imensa e de repente toda a gente começou a cantar as musicas do sinterklaas. Todos os avós, os pais e os netos, é um símbolo de união de família e passagem de tradição entre gerações;

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- A colagem que eu fiz para guardar um pouco do Outono. :)

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Monday, November 17, 2008

Fim de semana

Este fim de semana incluiu:

- noite de poker na sexta;
- compra de casacos :) ;
- um encontro causal muito agradável com a Catarina;
- festa em Leiden;
- a chegada do Sinterklaas;
- colagem de folhas;

e

- The Godfather part I e II.


Foi um bom fim de semana! :) Mas mais uma vez não fomos passear! :(

Thursday, November 13, 2008

Nem tudo é mau

Porque nem todos os dias são maus e é preciso recordar os dias bons. Quero aqui "apontar" que hoje foi um dia que correu especialmente bem no trabalho. A sensação no final do turno era de satisfação e um sentimento de realização pessoal. Tenho que apontar, para depois me lembrar quando as coisas correm menos bem. Hoje estou orgulhosa de mim!

Wednesday, November 12, 2008

Coisas da rua

Não sei quando começou esta coisa de apanhar coisas na rua. Primeiro foram conchas e conchinhas, todas com um tom acastanhado. Depois foram umas coisinhas que pareciam pinhas mas não eram pinhas. Depois umas pinhas pequenas muito bonitas. E agora, dada a sua abundância aqui no meu bairro, folhas de muitas cores. Sequei-as entre os meus dicionários e estão lindas, mas não sei o que fazer com elas. Colagens? Decalques? Como é que eu vou guardar este bocadinho de Outono?

Friday, November 7, 2008

cinzento

comecei a minha contagem na 2ª feira. O resultado são 5 dias seguidas cinzentos, feios, sem brilho. Estou cansada. Já chega! Cadê o SOL?

Thursday, November 6, 2008

Jogo de cartas

Cada vez que venho a pé do voluntariado, passo pelo restaurante chinês de Overveen. Às 16h está sempre cheio. Está sempre cheio de velhotes, em grupos de 4 a jogar às cartas. Não sei que jogo é, mas fico curiosa. Lembro-me sempre dos velhotes nos jardins e praças de Lisboa a jogar à sueca, damas ou dominó. Anteriormente, sentia pena. Agora acho que era tonta. É preferível os velhotes que se encontram todos os dias, para jogar às cartas, do que aqueles, que ficam dias e dias fechados em casa, sem qualquer tipo de contacto social.

Wednesday, November 5, 2008

Existência

Os últimos 3 dias têm sido cinzentos. Acho sempre difícil acordar cheia de energia, quando ao olhar lá para fora está tudo cinzento, feio, sem brilho.
Os dias têm em si algo de mórbido. Sensação que se adapta muito bem ao que me anda a preocupar e a ocupar a mente ultimamente. Tenho reflectido sobre morte, eutanásia, obstinação terapêutica, qualidade de vida, sofrimento, dor. Sinto-me muito confusa e até angustiada. Estou confusa sobre a minha postura profissional relativamente a estas situações. Estou confusa na definição do limiar entre o fazer bem e o fazer mal. Sobre quando o fazer bem, começa a ser fazer mal!
Sinto-me confusa por estas questões éticas parecerem só ser colocadas por mim, enquanto à minha volta a frequência da sua ocorrência já as tornou banais.
Frases como "Estou tão contente por ela ter ficado doente!", magoam-me, eu nunca fico contente por alguém estar doente. Ver um profissional de saúde explicar a uma neta que a sua avó vai morrer, a rir-se e a fazer piadas, revolta-me e magoa-me. A rapidez com que as decisões são tomadas, num piscar de olhos deixa-me abalada, "sem chão".
Sinto-me confusa por isto tudo e por não ter ninguém aqui com quem conversar sobre isto. As pessoas que tenho à minha volta não têm conhecimentos suficientes para avaliar e analisar a situação.
Tenho passado algum tempo a pesquisar na internet, sobre práticas de eutanásia. Todos os sites referem a Holanda como o país em que é prática é legal e banal. Isso como profissional de saúde deixa-me desconfortável, angustiada, como pessoa deixa-me revoltada e profundamente triste, cinzenta como o tempo. :(

cinema

O nosso hábito de ir ao cinema anda um pouco parado. Depois de um período frenético de 2 idas por semana, tivemos um período de acalmia. A justificação é simples não tem dado nada cinema que nos interesse ver. Pelo menos nada em Inglês! :(
A semana passada fomos ver o "Burn after reading" dos irmãos Coen. Eu gostei do filme é leve, bem-disposto, completamente diferente com o vencedor de Oscar "No country for old men",além disso tem Brad Pitt com um dos piores cortes de cabelo possível.
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Ontem a sugestão do João foi irmos ao Filmhuis Cavia, porque um dos eventos para este Inverno é a apresentação de filmes que raramente passaram no cinema. A proposta não era muito clara quanto ao filme que iríamos ver, mas fomos na mesma.
Filmhuis Cavia é uma experiência em si mesmo. É uma "sala cinema" pública, contudo dificilmente alguém ficará a saber da sua existência ao passar naquela rua. A entrada é feita por um pátio interior, e a sala fica num segundo andar por cima de um ginásio. A sala tem capacidade para 50 pessoas mas raramente estão mais do que 6. As cadeiras são antigas cadeiras de cinema. Eu sentei-me na 16 o João na 26, mas estávamos lado a lado, à nossa frente estavam a 33 e a 1. O ano passado, o bilhete consistia num bilhete tipo rifa, mas este ano já não há bilhete. Afinal, é fácil controlar se 6 pessoas compraram o bilhete ou não. O bilhete é 3 euros.
Primeiro vimos uma curta metragem "Un chant d'amour" de Jean Genet. 25 minutos de um filme mudo, sem música. Um filme provocativo, sexualmente explicito que ainda hoje é banido na Itália. Antes da apresentação do filme o "senhor projeccionista" deu um explicação biográfica do autor, o que eu achei muito interessante. O motivo da apresentação desta curta metragem é o facto de servir como influência para o outro filme.
Fez o mesmo sobre o autor do segundo filme que vimos ontem, "Big Bang Love".
Um filme intrigante, complexo, mas muito interessante. Quase todas as cenas têm um aspecto simples, como se trata-se de uma peça de teatro, o que me cativa sempre. Todo o filme está cheio de cores saturadas em tons de amarelo, dourado, laranjas, o que transforma até o assassinato em algo mais quente, menos frio e calculista!
Fiquei com vontade de o ver novamente, pois no cinema asiático há sempre a utilização de muitas metáforas, e fiquei com a sensação que não as consegui perceber todas!
O joão mostrou-me isto sobre o filme, acho que o poderá explicar um pouco melhor!
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Monday, November 3, 2008

trabalhar ao fim de semana

Trabalhar ao fim de semana, sempre teve o seu quê negativo. Quanto mais não seja porque a maioria das pessoas que nós conhecemos está livre e nós não podemos estar com elas. Mas tinha uma pequena e ligeira vantagem... podíamos sair mais tarde de casa e demorávamos menos tempo a chegar ao trabalho e a regressar depois a casa. Ontem a caminho do trabalho e no regresso, dei por mim a ter saudades do meu carro... Esse meio de transporte que me levava (depois de uma manhã de domingo a trabalhar) em 15 minutos até a casa! Comecei a pensar o que é qualidade de vida? Como podemos saber que temos uma vida de qualidade? A resposta deve ser diferente para cada um. mas na minha não inclui de certeza passar cerca de 40 minutos à espera de transportes públicos ao frio e à chuva.

Thursday, October 30, 2008

5ª feira

A 5ª feira é desde junho o dia mais feliz/bonito da minha semana. Hoje fui mais cedo para o lar onde faço voluntariado. Hoje fomos passear, fomos visitar o museu Ford. Quando cheguei recebi um super abraço, muitos beijinhos e sorrisos. Estavam contentes de me ver, soube-me mesmo bem. Havia um burburinho, uma agitação boa que antecede os grandes acontecimentos. A visita ao museu foi o máximo. Os carros são lindíssimos e com pormenores muito interessantes e quando acompanhados de frases "Este carro é tão velho como eu!" cria todo um ambiente especial. Tivemos oportunidade de nós sentarmos num carro ( à revelia da direcção)! E ao almoço foi um fartote de rir com velhotes de cerca de 80 anos todos animados por terem oportunidade de comer batatas fritas, tal e qual crianças pequenas!
O que se pode obter quando se dá um carinho, atenção e uma palavra amiga é muito maior do que se pode imaginar. Se mais pessoas tivessem a capacidade de poder disponibilizar umas poucas horas por semana para dar aos outros, teríamos de certeza um mundo melhor ( acho eu). Tenho pena de não o ter feito mais cedo. Tenho pena de não ter feito em Portugal. E tenho uma certa vergonha, por ter começado mais por uma necessidade minha, do que por uma vontade de ajudar os outros, mas agora que comecei espero continuar por mais tempo, vale sem dúvida a pena!

Monday, October 27, 2008

Livros

... os lidos ultimamente!
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...os que se seguem!
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Problemas de tradução

Estes problemas são cada vez menos frequentes mais continuam a existir. Este fim de semana, foi o nome de uma exposição a causa do "problema"! A exposição têm como nome "125 grandes amores". O meu lado sentimental começou logo a imaginar grandes e fabulosas telas retratando cenas de amor, paixão, perda, saudade. Mas estava enganada.... O titulo é "125 favoritos" ou os 125 amores da a Associação Rembrandt. Ou seja 125 peças, que a associação considera excepcionais... A exposição é interessante mas deixou-me desapontada não era nada do que a minha alma estava preparada para ver. Havia algumas peças que de facto me cativaram, mas soube-me a pouco. Entre essas peças há a destacar "O modelo vermelho", 1937 de René Magritte. Quando me confronto com o tamanho real das peças há sempre um certo sentimento de desconforto, nunca são do tamanho que eu imaginei que seriam. :)

Friday, October 24, 2008

Velhas amigas

De manhã quando vou trabalhar ainda é noite, geralmente fico tristonha, porque o que me apetece mesmo é estar a minha rica caminha. Mas esta semana como o céu estava limpo, tive oportunidade de rever umas "velhas amigas", Cassiopeia, Ursa Maior, Ursa menor, Orionte, Estrela Polar, etc. Estavam lá todas a dizerem-me bom dia!
Lembrei-me do tempo em que depois de passar horas de nariz para o ar no escuro, o céu deixou de ser uma amalgama de estrelas para se mostrar algo organizado e com nomes.
Lembrei-me também que gosto mais do "céu de verão" com a constelação de Sagitário (que mais parece um bule) e a constelação de escorpião, com o seu "coração" vermelho.
Lembrei-me do tempo em que chegámos a ir à Marinha Grande e a Niza, para fins-de-semana de encontros astronómicos. Fins-de-semana cheios de palestras e de observações com telescópios grandes.
Lembrei-me de quando ia a conduzir para o trabalho de manhã com o sol a começar a nascer e ver uma "estrela" no céu muito brilhante e de saber que era o planeta Vénus e de muitas vezes lhe ter dito, "bom dia vénus"!
Lembrei-me de a minha mãe dizer que nós não éramos normais, porque numa 6ª à noite em vez de irmos sair para bares e afins, íamos para o observatório astronómico de Lisboa , para assistirmos a palestras.

Exposição fotografia

No fim de semana passado fomos a uma exposição de fotografia num museu aqui em Haarlem, o Teylers Museum.
O tema da exposição é o trabalho dos pioneiros na fotografia de viagem. A exposição é muito interessante.
O que mais me cativou e chamou a atenção foi a secção das fotografias estereoscópicas.
Fotografias geralmente em formato pequeno, pares, em que a fotografia da esquerda tem ligeirissimas diferenças da da direita, e quando colocadas nos aparelhos próprios, são visualizadas pelo nosso cérebro em 3D. Estas eram realizadas tendo em vista a sua venda, disponibilizando a "qualquer pessoa" imagens do mundo distante e desconhecido. E eram um sucesso!
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Os aparelhos utilizados para as visualizar, eram também objectos de ostentação de riqueza. pelo seu tamanho ( suportavam fotografias maiores e por isso mais caras), o materiais de que eram feitos e a sua decoração. Eu acho-os objectos fascinantes. Quando "segui" o curso de historia de fotografia fiquei com vontade de ter um, cheguei a procurar em várias feiras de antiguidades, sem sucesso. Agora depois de ter visitado esta exposição, a vontade ainda é maior.
Quando vi as fotos com o seu feito 3D, fiquei fascinada, maravilhada... e questionei-me se eu fiquei assim e vivo numa era em que a imagem faz parte do dia-a-dia, como terão reagido as pessoas daquela época?
As próprias máquinas para a captação destas fotografias também são lindissimas!
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Monday, October 20, 2008

Preciso...

...urgentemente de aprender a relaxar! De impedir que a cabeça ande a mil à hora, e que "o coração bata que nem um cavalo"!
De dormir de forma descansada e de sorrir mais vezes!

Pedaços de cor...

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...numa das arvores da minha rua!

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...num jardim perto de casa!

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...num cacto que comprei!

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...nuns cravos que comprei por impulso!

Friday, October 17, 2008

respirar novamente

Ontem fiz o meu teste de Holandês, que não correu mal. O curso acabou e por decisão minha tão cedo, não vou voltar a fazer outro. O cansaço/ prejuízo supera os benefícios do melhoramento da língua.

O que tenho andado a fazer?

Basicamente trabalhar, estudar e dormir (muito pouco)!
No inicio quando comecei a trabalhar, fiquei toda contente. A sensação era de objectivo alcançado e essa sensação é muito boa.
No principio, estava concentrada em perceber as pessoas e aprender rotinas. Agora na segunda fase em que quero começar a intervir, comecei a ter alguns desaires. A sensação que às vezes tenho, é a de que como não sei falar bem holandês, as pessoas confundem isso como não sabendo nada de enfermagem. Alto lá! Posso não ser um supra-sumo, mas tenho um conjunto de conhecimentos sólidos.
Já fui gozada porque perguntei se tínhamos Soro fisiológico? A resposta foi que havia na torneira na cozinha!!!! E não, não foi um problema de linguagem porque eu escrevi NaCl 0,9%. Resumindo a colega não faz a mais pálida ideia do que soro fisiológico seja mas a gozada fui eu! Grrrrr!
Tenho visto grandes burburinhos porque a farmácia envia Panadol em vez de paracetamol!?!? Não me adiantou dizer que era a mesma coisa...
Entre outras coisas, pequenas mas que vão moendo....
Durante toda a minha experiência profissional, houve problemas entre os trabalhadores e a instituição por causa das fardas, em especial por causa do conforto das mesmas.
Aqui a farda consiste numa camisa de ganga, que não tem todos os bolsos necessários. Mas mesmo essa camisa pode não ser usada, podendo o trabalhador andar coma roupa da rua. À partida parece ser o que sempre ouvi como pedido dos trabalhadores. Mas coloco algumas objecções, talvez depois de 12 anos de lavagem cerebral por causa da farda, faz-me muita confusão ver enfermeiros/cuidadores a cuidar de pessoas de chapéu, de cachecol cheio de franjas, de botas cor de rosa peludas, de mini-saias a ver-se o rabiosque, e para mim o mais escandaloso de phones nos ouvidos. É claro que sabe bem ouvir bem trabalhar com musica, mas é uma total falta de respeito, pelo menos no meu ponto de vista.

Gosto do trabalho onde estou?

Sim gosto do que faço. Gosto das que pessoas de quem cuido. E elas parecem gostar de mim. Agradecem-me muitas vezes, e dizem "estou tão contente que vá cuidar de mim hoje!"
Não gosto do método de trabalho. Não gosto da forma como a informação rapidamente se perde. Os registos muitas vezes não são feitos. As queixas das pessoas muitas vezes não são valorizadas, umas vezes porque são cuidadas por pessoas que não sabem que têm de valorizar tais queixas, outras vezes por pessoas que não querem valorizar tais queixas.
Não gosto que as pessoas se queixam que eu trabalho demasiado. Que raio de queixa é esta? Andam atrás de mim a "ralhar-me" porque eu trabalho de mais?

Isto é um resumo do que se tem passado no trabalho. Agora que o curso de Holandês acabou, espero voltar a ter tempo para fazer as coisas que eu realmente gosto!

Thursday, October 2, 2008

Museus

O João está de férias e temos aproveitado os dias para ir passear. Como o tempo tem estado mau e com muita chuva, o passeio tornou-se mais visita a museus.

3ª feira - Museu de fotografia de Den Haag. A exposição escolhida foi a de Erwin Olaf, "Rain, Hope, Grief and Fall". Uma exposição colectiva destas 4 series, realizadas ao longo de alguns anos.
As fotografias são lindas e estranhas. A estranheza consiste no facto de fotografias tão bonitas, transmitirem sentimentos de angustia, opressão tristeza e solidão de maneira tão intensa.
Não há uma única que mostre interacção entre pessoas, quando existe mais do que uma pessoa na foto é para acentuar a solidão e a ausência de relação.
Deixo aqui o link para o trabalho deste fotografo!
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Foto de : Erwin Olaf, Troy - portrait, serie Grief, 2007

4ª feira - Museu Central de Utrecht. A exposição "O segredo de Utrecht". Uma exposição colectiva de vários artistas, que mostra o outro lado de Utrecht, o lado menos visto, menos conhecido menos fotografado. As abordagens a esse lado secreto são variadissimas e interessantes. O próprio espaço da exposição está organizado de forma a criar pequenos espaços secretos, que se vão descobrindo conforme se desloca pelas salas.
Uma nota negativa deste museu, para se ir à casa de banho é preciso percorrer o edifício quase de uma ponta à outra, à procura de indicações e da dita!
Aqui encontram mais informação sobre a exposição e o projecto por detrás dela, assim como as fotos.

Tuesday, September 30, 2008

Antuerpia

O fim de semana em Antuerpia foi muito bom.

Incluiu:

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-Histórias de gigantes e mãos cortadas;

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- Muitas santas à esquina;

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-... e sem ser à esquina;

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- Cadeiras fucsia;

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- Escadas rolantes que à primeira vista parecem ser todas de madeira! Escadas essas que vão dar a um túnel, não sei quantos metros debaixo de água, que atravessamos só pelo prazer masculino de atravessar um túnel. :)

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- A chegada foi no Sabbath. O nosso hotel ficava numa zona popular para Judeus ortodoxos, o que nos deu a oportunidade de os admirar com os seus trajes variados e cheios de significado.

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- Corações brancos espalhados pelo chão;

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- Uma parada de elefantes com o objectivo de angariar fundos para a protecção dos elefantes asiáticos.

e ainda....

- Uma visita ao museu de arte contemporânea para ver a exposição " A ordem das coisas". Eu achei a exposição muito rica e interessante.

- Comer mexilhões com batata frita que estavam uma delicia;

- Comprar bombons dos quais não gostei de nenhum, para grande desilusão minha;

- Terminar o meu mais recente cachecol entre a viagem de comboio de ida e a de regresso.

Friday, September 26, 2008

Mode Show

Ontem foi dia de voluntariado. Não houve jogo, mas sim uma actividade que acontece duas vezes por ano. A instituição contacta uma loja "especializada" em roupas para mais velhos e organiza um desfile de moda, seguido de venda.
Fui mais cedo e o desfile já estava a decorrer.
Foi muito engraçado ver modelos acima dos 50 anos e as roupas apesar de serem para mais velhos eram bem catitas e de uma qualidade muito boa.
As velhotas estavam todas entusiasmadas. Faziam planos para comprar esta blusa, aquela saia ou aquele chapéu. Depois do almoço foi tempo de provas e compras. Aquilo é que foi um vestir e despir, uma das salas virou um autentico reboliço. Todas ficaram contentes com os novos modelitos.
Algo que achei fantástico foi que reparei que havia uma lista do que elas precisavam mesmo, e do que não deveriam comprar por ter em demasia. Quem fez esta lista? Uma das funcionárias da instituição semanas antes foi a todos os apartamentos, um por um, verificar as roupas. Verificar a quantidade e o estado das coisas.
Como funcionará em Portugal? Não faço a mínima ideia! Mas tenho a sensação que não será assim que esse tipo de coisas será da responsabilidade da família.
Eu ajudei a minha velhota preferida. Acho que quando trabalhamos com um grupo de pessoas é impossível gostar de todos, há sempre preferências.
Neste grupo eu gosto desta velhota. Gosto do seu cabelo todo branco e brilhante. Gosto quando fica a olhar para mim com um ar desconfiado a verificar quem eu sou, e quando descobre que sou eu fica toda contente, dá-me sempre um grande sorriso e avisa os que estão à sua volta quem eu sou.
Às vezes, tenho um sentimento desconfortável de culpa. Porque é que eu não fiz isto no meu país, onde se calhar as pessoas precisavam mais?

Wednesday, September 24, 2008

Passeio

Este fim de semana será diferente dos anteriores... vamos passear!

As possibilidades eram Maastricht ou Antuérpia.... ganhou Antuerpia! Yuuuuupi!

Tuesday, September 23, 2008

Prioridades

No trabalho as coisas estão a correr dia-a dia melhor. Cada dia que passa as pessoas se apercebem que o meu mau holandês, não tem nada a ver com as minhas capacidades como enfermeira. Começam a dar valor às minhas avaliações e observações e isso é sem dúvida gratificante. Em termos de organização é completamente diferente do que eu estou habituada.
Nos últimos 4 anos que trabalhei em Portugal, a minha relação com os médicos era muito próxima, a minha opinião era tida em conta. Aqui ainda não percebi como entrar em contacto com o médico. O processo pode parecer simples mas para mim que tenho algo para dizer é muito complicado.
Começo a perceber a diferença entre enfermeira e as "cuidadoras". Por exemplo, quando uma enfermeira vê um doente com edemas, uma série de campainhas começam a tocar. Quando uma "cuidadora" vê um doente com edema, lava-o, veste-o e escreve no seu processo, "sem nada de especial digno de nota"! As avaliações não são feitas regularmente e não têm uma sequência. Isso incomoda-me mas não sei como combater isso, pois estão a trabalhar pessoas com cursos diferentes, muitas que não sabem interpretar sinais como os edemas e outras coisas.
Mas.... onde tenho tido mais problemas é com a pausa de café!
No departamento está instituído uma pausa para café às 10:30. Ora, eu nunca tive uma pausa para café instituída, basicamente era quando desse e se desse.
Tenho tido problemas porque com mil e uma coisas para fazer custa-me, para de as fazer para ir tomar café. Já tive direito a umas palavras mais bruscas por causa da pausa do café. Já tive direito a ouvir que eu tinha de aprender a estabelecer prioridades. Esta deixou-me atónita. Eu não tenho duvidas nenhumas qual é a prioridade entre ajudar alguém que precisa de mim e tomar café. Mas a prioridade não é encarada da mesma forma, e daí surgiu o problema.
Além disso eu perturbo a equipa porque quem está a pausar sente-se mal por eu estar a trabalhar.
Ontem tive outro episódio, que me deixou bastante angustiada. Foi um turno muito complicado porque estávamos com menos uma pessoa. Mas estava um senhor que estava aflito para ir à casa de banho e precisava de ajuda porque essa transferência tem de ser feita com elevador. Estava eu preparada para o ajudar, chega uma colega e diz: Este senhor vai ter de esperar porque há outras pessoas que ainda não saíram da cama!
Eu sei que os outros tem de sair da cama, mas 5 minutos não faria assim grande diferença. E custa-me imenso dizer a alguém que está aflito para ir à casa de banho e que depende de outros para ir, "tem de esperar porque agora não posso!". Eu penso sempre se fosse eu ou alguma das pessoas que eu gosto, eu iria querer que alguém me ajudasse e me colocasse na casa de banho, quando estou aflito.
Mas pior que a justificação de ontem, é a justificação, "Tem de esperar porque agora vamos fazer a nossa pausa!" a tal do café!
Por vezes sinto-me uma enguia a tentar tornear as questões de forma a fazer o que acho correcto e sem ficar muito mal na equipa! Não é fácil!

Fim de semana

Isto está a tornar-se uma hábito falar do fim de semana já a meio da semana. Já lá vão os dias em que podia escrever todos os dias.
Bem... este fim de semana foi tempo de churrasco. Um churrasco de despedida do Verão. Depois de tantas ameaças/tentaivas, finalmente conseguiu-se fazer um churrasco. O tempo manteve-se fabuloso. Céu azul e limpo, sol e uma temperatura razoável. Fiquei com pena que tivesse sido o primeiro e o último deste verão.
No domingo, foi um dia de "arrasto", andá-mo-nos a arrastar. A cidade fica deserta, o que não apetece fazer nada; no cinema não havia filme nenhum que nos chamasse a atenção; a nível de exposições a maior parte já vimos, outras encontram-se naquele momento em que se retira uma e prepara a seguinte... Foi um dia em que me ocorreu se não seria melhor morar em Amsterdão ou noutra cidade um pouco mais agitada? É um misto de pensamentos/sensações/vontades. A agitação de Amsterdão deixa-me stressada, nervosa, cansada... mas por vezes a pasmaceira de Haarlem também é demasiado para mim, por não ter estimulação suficiente.
A tarde de domingo acabou por ser dedicada a uma bela e merecida sesta, e a "cinema caseiro" vimos "Sympathy for lady vengeance" do mesmo realizador de "Old Boy". O filme é excelente. Conta ( tal como o nome indica) a história de uma vingança. Vingança essa construída através de outras pequenas vinganças. Uma história rica, complexa. Merece sem dúvida ser visto.

Wednesday, September 17, 2008

Historia da fotografia

Segui este curso atentamente, e entusiasmada. Claro, que recomendo o curso a qualquer um que goste de fotografia e queira saber mais sobre a sua história.
O livro que servia de base para as aulas, era " A World History of Photograhy" de Naomi Rosenblum.
Depois de "ansiar" por ele, o livro chegou cá a casa na semana passada. É um livro em segunda mão que veio directamente da biblioteca de Yeovil ( o mundo é pequeno não Margarida?) no UK.
Por enquanto ficará á espera que eu tenha tempo, para me dedicar à sua leitura.
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Esta fotografia não é das melhores para ilustrar um post que fala de fotografia... mas foi o que foi possível! :)

Fim de semana

O tempo aqui já está mais chocho, mais frio. Começa a pedir camisolas mais quentinhas e por vezes, até mesmo um cachecol.
Este fim de semana, como estive livre, fomos ao cinema.
Fomos ver Estomago, um brasileiro. Eu adorei! É um filme fora do normal, parte passado numa cadeia brasileira, e contudo tem pouca ou nenhuma violência. E mais não digo, porque só vendo mesmo!
Aqui fica o trailer e o link!


No domingo ficamos por Haarlem. Depois de uma manhã ocupada com trabalhos de casa, saímos para almoçar e passear.
Fui surpreendida com o dia, em que os monumentos estão abertos ao público e com a entrada gratuita. Apesar de não estar à espera, aproveitámos logo para conhecer uns quantos. E é sempre engraçado poder-se entrar nos sítios, por onde tantas vezes passámos e nos questionámos - Como será lá dentro?

Fomos visitar a Câmara Municipal, que está muito bem conservada e que é linda por dentro. Visitamos uma igreja, que eu não sei o nome, mas que têm um enorme santo António à porta e a igreja luterana.
Dentro de cada uma das igrejas havia um grupo/coro a cantar. Na primeira um conjunto de holandeses a cantar em espanhol (?), desorganizados mas bastante animados.
Na igreja luterana estava um coro que brincava com sons da voz, mais do que com palavras, mas também muito animados. E a igreja apesar de pequenina é muito acolhedora, bem conservada e confortável.

Acabamos o fim de semana com sessão dupla de Star Wars (episodio I e II), em casa do Carlos.

Thursday, September 11, 2008

Cansada

Acho que em toda a minha vida, nunca tive uma semana em que me sentisse TÃO cansada, durante tantos dias seguidos.
Mas estou animada, confiante no futuro e recuperei a confiança em mim.
Acho que é sempre bom quando sorrimos ao sair do trabalho, por lá termos estado, em vez de ser por estarmos a sair de lá. :)

Wednesday, September 10, 2008

No trabalho....

Ontem fui fazer tarde, correu bem tendo ocorrido apenas um senão.
Fartei-me de trabalhar. As minhas colegas começaram a ficar zangadas, porque eu trabalhava muito (????), como se ao vendo-me trabalhar se sentissem compelidas a trabalhar também!.
Algumas vezes refilaram comigo de que eu tinha de parar e fazer uma pausa...

No final do turno, pergunto:

Qual o valor de glicémia da senhora Y?

resposta:

Não sei. Esqueci-me de verificar.

À cabeça vêm-me, pois é o programa de televisão era muito mais importante! Recuso-me a fazer a tradução para holandês e fico calada, porque estávamos em frente da enfermeira de ronda.

Ela não se faz rogada e tenta entalar-me. Pergunta:

Quem foi deitar a senhora?

Penso: - Cabra!

Mas digo:

Fui eu que deitei a senhora, às 19H. O controle tinha que ser feito às 21H e como era do teu lado, pensei que eras tu a responsável por o fazer. Os meus estão todos feitos.

Penso: - Para cabra, cabra e meia.

Apesar de o turno estar dividido, e de ela muitas vezes andar atrás de mim a verificar se eu faço as coisas. Tenho de estar atenta a toda a gente e começar a ver de ELA faz as coisas. Não é uma posição que eu goste mas não estou para por em risco ninguém.

Monday, September 8, 2008

Grapefruit

Este é o nome de um livro da artista Yoko Ono. Tropecei nele durante as aulas do curso "ao encontro da arte contemporânea"! Decidi encomendá-lo e depois de um mês à espera, quando chegou não o larguei. As suas instruções, as frases que o constituem são tão estranhas e enigmáticas, que me fazem querer explorá-lo mais e mais. Apetece-me fazer cada uma das "experiências"...
Hoje ao limpar o pó, reparei na quantidade de papelinhos brancos que assinalam passagens que eu gostei. Decidi pegar nele e relembrar...

Deixo-vos aqui umas passagens, não irei comentar porque julgo que cada um o deverá fazer por si ( isto se quiser como é óbvio!).

"Earth piece

Listen to the sound of the earth turning."

1963 spring


"Mirror piece

Instead of obtaining a mirror,
obtain a person.
Look into him.
Use different people.
Old, young, fat, small, etc."

1964 spring

"Map piece

Draw a map to get lost."

1964 spring

Actos que me deixam feliz

Eu ainda só trabalhei 2 semanas, mas as reacções que eu tenho são tão positivas, que me sinto recompensada e com vontade de me esforçar para trabalhar cada vez melhor e com melhor qualidade.

O senhor X ofereceu-me uma caixa de chocolates porque o tinha ajudado muito e cada vez que passa por mim no corredor dá-me um dos maiores sorrisos e diz-me "Hallo sil!"

O senhor Y deu-me uma festinha muito ternurenta na bochecha quando o aconcheguei na cama.

A senhora H, com quem eu tenho sempre problemas por causa da medicação. No último dia disse-me que eu era uma querida, tomou a medicação sem se zangar e pediu-me para me dar um beijinho.

A senhora L, disse-me que acha muita piada ao meu mau holandês e que está muito contente por eu estar lá e por a ajudar.

Isto e outras pequenas coisas, fazem o meu dia, mesmo que as pernas me pesem imenso, e das costasdoam como tudo.

Tempo livre

Nestas duas últimas semanas, sinto que não tenho tido tempo livre. Quando estou de folga estou tão cansada, que qualquer coisa que faça me custa imenso. Tenho aproveitado para estudar:
rever medicações ( mecanismo de acção, formar correcta de administrar, efeitos secundários);
rever patologias sobre as quais não me debruçava há muito tempo (por exemplo Doença de Parkinson)
tentar descobrir como são as palavras técnicas em Holandês ( como é que se diz exsudado ocular?)
Há noite quando chego oriento as coisas aqui em casa, faço o jantar e depois fico a lutar entre o adormecer e fazer um pouco de companhia ao João. Coitado do João, o sono vence quase sempre. Tenho ido para a cama entre as 21:30 e as 22H. :)
Já não vamos ao cinema há 2 semanas, mas também não há assim nada de especial para ver. Passear nem por isso, só mesmo o domingo passado com a Joana, em que fomos segundo as suas palavras - "ao parque mais bonito de Haarlem"!. Ela tem razão o parque é bastante bonito e muito agradável para passear, conversar e até dormir uma soneca debaixo das suas grandes arvores. Fica aqui perto de casa, mas eu e o João nunca lá tínhamos ido porque julgávamos ser algo particular.
Este fim de semana, nem soube a fim de semana. Trabalhei no sábado, cheguei a casa cansada. Mas tinha convidado uns amigos para virem comer bacalhau à Brás, coloquei mãos à obra. O bacalhau ficou bom mas precisa de uns ajustes na confecção. O bolo de laranja da Catarina estava divinal como sempre. Para o final da noite, o meu cansaço começou a notar-se e fiquei arisca e rabugenta.
No domingo, o tempo estava uma porcaria. Choveu o dia inteiro, fomos a Haarlem almoçar, comprar umas coisinhas que eram necessárias e voltamos para casa. Resumindo não fizemos nada de especial.
talvez quando me habituar ao meu novo ritmo as coisas mudem, mas não será para próximo pois hoje começam as aulas de Holandês. Além de estudar temas de enfermagem tenho também de estudar holandês. :( Passei de não ter nada para fazer, para não ter tempo para fazer nada! Apesar do tom de queixa é muito bom!

Thursday, September 4, 2008

Transportes públicos

Desde que comecei a trabalhar, há 9 anos atrás, sempre andei de carro " de rabo tremido". Fosse qual fosse o turno que fazia demorava sempre cerca de 20 minutos a lá chegar de porta-a-porta. Há um ano a trás, pouco tempo antes de vir para aqui, vendemos os nossos carros. Comprámos as nossas bicicletas e para mim parecia perfeito! Raramente precisava de andar de transporte publico e quando o fazia era por motivos de lazer, em que a atitude relaxada nos faz aceitar os imprevistos de maneira mais leve.
Agora que comecei a trabalhar, devo confessar.... tenho saudades do meu carro!
Quando vou trabalhar, acordo às 5:40, saio de casa às 6:10, ando cerca de 7 minutos, apanho o comboio das 6:24, ando 5 minutos, apanho o tram ( não sei a hora é, porque é o que tiver a sair), ando mais 7 minutos e chego ao trabalho cerca das 7:15. Quem trabalhou comigo sabe que eu chego quase sempre antes da hora, ajuda-me a mudar o ritmo. demoro 1 hora! Até nem é muito, eu sei. Mas às 6h da manhã, parecem 2 ou mais horas. :(
No primeiro dia, ia perdendo o comboio, corri até deitar os meus bofes de fora! Ao chegar perto do comboio, vejo o "pica" quase a fechar a porta. Grito-lhe toda apressada em holandês "Espere, espere!". A resposta vem numa voz muito ríspida, nada condoída com a minha situação "O comboio não espera a vida toda!". Esta pequena frase dita em holandês e de forma ríspida, pode ter o dom de esfrangalhar os nervos de qualquer um. A sensação que dá é que alguém está a despejar em nós a sua frustração, com um rol de asneiras.
No dia seguinte ao sucedido, prometi a mim mesma que não iria correr para o comboio. Como estava enganada! Foi no sábado, cheguei mais cedo á estação e pus-me à espera. Às 6:24, o comboio não vinha e algo me disse para verificar o horário. Ainda bem! O primeiro comboio ao sábado é às 6:54!!!! Tocar a campainha de alarme em todo o meu ser.... corri para casa, subi três andares para apanhar as chaves da bicicleta, desci, pedalei o mais rápido que consegui, para a estação de Haarlem e apanhei o comboio das 6:45! Nunca fiz o caminho de casa até à estação tão rápido, nem sequer sabia que era capaz de o fazer! Demorei metade do tempo que costumo demorar!
À tarde quando regresso, não costumo correr porque não tenho hora marcada para chegar a casa, embora eu esteja tão cansada que quero chegar o mais depressa possível. Geralmente, os transportes que apanho vão sempre tão cheios, que vou tal e qual sardinha em lata. O que não tem piada nenhuma quando as pernas pesam chumbo e as costas nos doem imenso! :(
O meu respeito pelas pessoas que sempre apanharam transportes públicos cresceu exponencialmente.
Quem está habituado (como eu estava), a sair a porta do prédio e ter o seu transporte - carro- à espera, não sabe dar o valor ao cansaço que causa andar de transportes públicos, mesmo que corra tudo dentro do previsto!
Não me lembro quem me disse ( Joana?, João?, Carina?) que podia aproveitar esse tempo para ler. Sim, poder podia se ( e é um grande SE) de manhã, não tivesse tanto sono, e à tarde não tivesse tão cansada! Talvez com o tempo crie um novo ritmo e um novo hábito! ???

Monday, September 1, 2008

Museu de malas e carteiras

Não sou propriamente fã de malas. Para falar sinceramente detesto andar de mala, é uma responsabilidade muito grande estar preocupada com a mala e ter cuidado para não a perder. Contudo as que tolero são as que posso ter as mãos livres, posso gesticular, posso mexer no que quiser sem estar preocupada onde é que vou colocar a mala.
Apesar de não gostar de malas ao passar de barco em frente do Museu de malas e carteiras , em Amsterdão. Senti vontade de o ir visitar!
O João acompanha-me para muitas coisas mas sei que isso era algo que não o atrairia minimamente. Apesar de detestar andar sozinha, lá fui!
O edificio é muito bonito e está muito bem arranjado e decorado. A colecção é muito bonita. Acompanhando a história desde o sec XV ( se não me engano!) até aos nossos dias. O porquê dos vários formatos, dos vários materiais utilizados, das decorações etc... esta muito bem explicado! Uma verdadeira aula de história!
A mala mais impressionante para mim, é uma tecida com missangas muito pequeninas! Gostei porque a forma como as faziam era incrível! Antes de tecerem as missangas tinham de ser todas enfiadas ( eram milhares!!) pela ordem correcta correspondendo a um padrão/desenho pré-definido! Não admira que fossem caríssimas e representativas de estatuto social elevado!
Eu adorei a exposição e não gosto de malas! Quem gostar, não pode mesmo deixar de lá ir! :)

Aqui fica o link.

1 ano

Hoje faz 1 ano que vim morar para este país. Foi um ano muito complicado, cheio de insastifação, inseguranças, a sensação de inutilidade. Deve ter sido o ano que mais angustiada e triste me senti. Contudo houve coisas muito positivas, uma delas foi o apoio do meu maridão. O apoio dele excedeu as minhas expectativas.
No final de um ano, as coisas estão a mudar de forma positiva para mim, sinto que vou estar(apesar de mais cansada) mais liberta de preocupações, para apreciar melhor o que a Holanda tem para oferecer.
Passado um ano gosto mais e sinto-me mais próxima do meu maridão e claro que isso só pode ser bom! :)

Calada

Tenho andado muito calada nesta última semana. A verdade é que tenho andado muito ocupada e cansada.
Comecei a trabalhar a sério na 3ª feira. O primeiro dia foi terrível, fartei-me de trabalhar esforcei-me para fazer o melhor que podia e no final ouço a colega que estava comigo a falar num holandês mais rápido, para que eu não percebesse que eu não tinha ajudado nada. Injustiçada, a minha lama caiu-me aos pés. Chorei, aliás fartei-me de chorar, queria desistir de algo que mal tinha começado. O João disse-me para ir experimentar outro turno para ver como corria. Fiquei irritada com ele, mas sabia que ele tinha razão e fui.
Fui na 5ª feira fazer o turno da manhã, e que diferença. Nas pessoas, no trabalho em tudo. As pessoas gostam do meu trabalho, acham piada ao meu "mau" Holandês. O trabalho é muito pesado mas gratificante. Eu estou a gostar bastante. Estou mais animada e mais contente com a vida.

Onde é que eu trabalho?
Num lar. Num serviço em que as pessoas se encontram lá para recuperar, ou os familiares aprenderem a cuidar delas antes de irem para casa.

Onde fica?
Fica em Amsterdão, mesmo perto da Leidseplein.

Qual a situação em termos de contrato?
Estou a trabalhar através de uma agência de trabalho. Conversei com eles e pedi para que fosse sempre ao mesmo serviço, uma vez que quanto eu conhecer melhor as pessoas e elas a mim, melhor correrá a comunicação. Não tenho direito a ferias ou ao correspondente subsidio. Se não houver turnos para eu fazer não recebo. Não é a situação ideal e é claro que eu quero mudar. Mas por agora parece-me uma experiência positiva, que eu quero aproveitar.

Notei imensas diferenças ( não falando da língua que essa é obvia), relativamente aos serviços por onde eu passei.
Sempre trabalhei de com crianças e sempre disse que não queria trabalhar com adultos. Apesar de ser uma experiência de 3 turnos, posso dizer que estou a gostar de trabalhar com adultos, mais do que eu pensaria alguma vez gostar.
As grandes diferenças são o cheiro, o peso e a dor nas costas no final do turno. Tenho de ter mais atenção à minha postura e arranjar exercícios para fortalecer os músculos da região lombar.

Nos dias em que não estive a trabalhar, estive a estudar. A relembrar toda a medicação. Rever fisiopatologias associadas a algumas doenças. Relembrar mesmo algumas técnicas que já não utilizava há alguns anos. Faz-me sentir melhor e mais segura!

Monday, August 25, 2008

Anton Pieck

Este domingo teve sabor de algo passado/ acabado. Acordamos um pouca mais tarde do que o habitual e devido a uns quantos "minutos finais" de algumas finais dos Jogos Olímpicos, saímos de casa também mais tarde.
Chegamos ao centro cerca das 11:45 e de forma desoladora encontrava-se praticamente deserto. Uma coloração cinzenta, um vento frio. O cafézinho onde costumamos ir tomar café tinha apenas mais dois clientes, estava portanto vazio, triste, pouco acolhedor.
Apesar de ainda estarmos em Agosto é sensação é que o Verão já passou, cada vez mais as probabilidades de um dia quente são menores.
meio com a sensação " não há nada para fazer" decidimos regressar a casa. Já em cima das bicicletas a pedalar em direcção a casa lembra-mo-nos "e se fossemos ao museu De hallen ver o que lá está? Já algum tempo que não vamos lá."
Assim foi. A exposição que lá estava era dedicada aos trabalhos do ilustrador Anton Pieck. Ilustrador de historias mais tradicionais como a branca de neve, bela adormecida, sete cabritinhos etc., entre outras coisas como ilustração de calendários.
Os trabalhos expostos eram simplesmente lindos, ricos em pormenor, com vida própria e cores magnificas. Gostei de cada um deles e queria trazê-los para casa em poster, em postal, no que fosse, mas para grande tristeza minha não havia grande escolha.
Aqui ficam dois exemplos!
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O dia que começou triste e cinzentão, acabou cheio de cor, e com sensações boas!

Friday, August 22, 2008

Away from her

Este foi o filme que ontem fomos ver. Já "passou" aqui há alguns meses mas na altura ( não me recordo muito bem porquê) não fomos ver. Ontem assim que me apercebi que ia "passar" novamente aqui em Haarlem, decidi que o íamos ver. A história do filme gira em torno de uma relação de 44 anos, em que um dos elementos começa a mostrar os sinais de Alzheimer.
Existem alguns filmes que focam historias de famílias que tem de lidar com elementos de família doentes. Não são filmes que eu habitualmente escolha mas havia alguma coisa neste que me chamou atenção.
O facto de estar a trabalhar( voluntário) num lar, tornou o retrato mais real, de alguma forma mais doloroso, mais "pesado".
Não sei até que ponto as pessoas que não estão ligadas à área da saúde, tem noção do ambiente de um lar ou casa de saúde.O risinho nervoso que se ouviu durante o filme, faz-me pensar que não tem grande conhecimento, e com esse riso tentam minimizar o peso dessa realidade, tentam talvez afasta-la. Os lares podem tanto ser locais muito deprimentes, como também onde podem acontecer coisas muito positivas. Como sempre quem faz a diferença são as pessoas.
O filme foca também o problema da institucionalização, o afastamento dos que lhes são queridos, a despersonalização , a invasão da privacidade.
Durante o filme existe uma simples frase/pergunta, algo como: quem é que escolhe as músicas?. Na cena vê-se a enfermeira toda contente a cantar e os doentes impávidos e serenos.
A música é para agradar a enfermeira ou estimular os "doentes"?
Esta cena fez-me lembrar uma colega. Trabalhava num serviço para pessoas com doenças do foro psiquiátrico. Admiro-a por tentar fazer actividades para estimular as pessoas, sem duvida alguma. Mas também me lembro de ter planeado uma tarde de canto, em que nas musicas que escolheu se encontrava "atirei o pau ao gato". Será esta musica adequada para adultos de 40 anos? Será que a infantilização estimula?
Durante uma tarde de cinema quem deve escolher os filmes? Os cuidadores ou as pessoas a quem se dirige a acção?
Eu acho que são questões simples que se deve colocar. Não são fáceis de gerir, porque as decisões serão mais difíceis de tomar, será mais difícil alcançar um consenso geral de forma ordeira. Contudo as pessoas que se pretende estimular terão um papel mais activo!
No filme há também outra cena em que se vê uma enfermeira a ler um livro para um doente, quem escolheu o livro? A ideia não é de todo disparatada, mas se não sabemos os gostos das pessoas e se estes não nos podem dizer, poderemos acabar por ler um romance romântico a quem prefere policiais. A família aqui tem sem duvida um papel fundamental. Estarão numa posição privilegiada para conhecer os gostos das pessoas. Contudo também sei que nem sempre os familiares são quem nos conhece melhor. Mas de certeza que estarão em melhor posição do que um profissional de saúde, que nunca nos viu.
Estas são algumas das reflexões que fiz após o filme. O filme também suscita reflexões sobre relações humanas, sentimentos de amor, perda, sofrimento e a felicidade dos outros.
Se gostei do filme? Não sei responder porque a sensação que tenho é que foi útil e produtivo.
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Wednesday, August 20, 2008

Citizen Dog

Surrealismo. Estranheza. Cores vibrantes. Riso. Inocência. Sonhos. Amizade. Amor. Simplicidade. E uma música que apesar de ser cantada em Tailandês me ficou no ouvido. Encontra-se tudo isto neste filme, mas o filme é muito mais do que a simples soma .
A ver sem dúvida alguma.

O trailer


A musica

Wall-e

Wall-e é para mim o filme do momento. Adorei! Há muito tempo que não sabia tão bem ir ao cinema. diga-se de passagem que os filmes que fomos ver, só valeram a pena mesmo pela companhia.
Mas Wall-e não, vi, gostei e queria voltar a ver. Gostei mesmo muito.


Quanto à mensagem ecológica incluída no filme, o que me ocorre dizer é que já estou cansada! Vivemos rodeados de temos de fazer isto, ou fazer aquilo para reduzir o lixo produzido ou o impacto do homem na terra. Quando é que se vai começar a receber um reforço positivo. Quando é que alguém vai começar a dizer frases do género: Graças ao esforço das pessoas, o uso de sacos plásticos diminui em 2%. Ainda falta muito para atingirmos o nosso objectivo mas estamos no bom caminho!
Eu sei que sou utópica!

Atenta ou distraída

Costumo falar com alguma frequência ( não só aqui!), em estar atento ao que nos rodeia, atenta aos pormenores, de forma a evitar que apenas se passe pelas coisas. Para termos oportunidade de apreciar, de aproveitar ao máximo cada momento.
No outro dia, ao passar pela rua onde costumo ir com mais frequência em Amsterdão, apercebi-me que eu sou mais distraída do que atenta. Fiquei surpreendida com a quantidade de prédios lindíssimos que aquela rua tem. Com é que possível eu ainda não ter reparado antes? Por momentos ainda pensei que seriam novos. Mas quando na fachada se vê o ano 1908, conclui-se que aqueles prédios sempre ali estiveram. Já lá estavam antes de eu começar a passar pela rua, fazem parte dela.
Como é possível nunca ter reparado, como as 3 torres da igreja que se vê do comboio perto da estação de Amsterdão, são fabulosas contra um céu azul e limpo?
Ou que determinado prédio no centro de Haarlem tem umas caras muito interessantes esculpidas na sua fachada.
Ou que o antigo mercado de carne em Haarlem (agora um museu onde costumo ir), para além de bois também tem cabeças de carneiro esculpidas. Se eu vi os bois por que é que não vi os carneiros?
Quando me apercebo disso fico sempre com uma sensação estranha. Fico contente por estar a reparar e triste por nunca ter reparado.
Os exemplos que dei são de coisas permanentes, mais tarde ou mais cedo eu irei reparar. Mas e todas as outras coisas efémeras, temporárias que eu perdi por ser distraída?
Na semana passada, quando fui ao cinema ( a um cinema onde vou muito) tive uma experiência muito engraçada. O cinema tem um bar muito giro. Sem razão aparente eu e o João ficamos sempre nas mesas perto da entrada e perto salas de cinema, mas da última vez não havia aí lugar e "aventuramos-nos" a ir para onde nunca nos tínhamos sentado, o "outro lado". Quando me sentei e comecei a olhar em volta, fiquei toda contente. Parecia estar num outro bar qualquer. A mudança de angulo de visão, transformou por completo a minha visão do bar. Foi óptima a sensação da "coisa" nova, num ambiente já conhecido, já familiar. :)

Tuesday, August 19, 2008

Delft e Kinderdijk

Delft
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Kinderdijk

Decidimos fazer o passeio de barco e que bem que soube. O tempo estava tremido mas aguentou-se. Os moinhos são lindissimos.
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Monday, August 18, 2008

Leiden

aqui ficam algumas fotos do passeio com a mãe. A primeira cidade que visitamos foi Leiden, que para grande surpresa minha, tem um mercado fabuloso aos sábados. Os de Haarlem comparados com aquele são bem mixurucas.

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Adicta

Nunca pensei que pudesse acontecer, mas é um facto ornei-me adicta dos jogos Olímpicos. Nunca vi tanto desporto seguido. Tenho adorado. Tenho vibrado. Tenho visto pessoas fazerem coisas impressionantes. Tenho chorado. Tenho gritado.
Tenho posto o despertador para às 3:30 da manhã, para ver uma final de natação em directo e apanhar com a final dos 20 km de marcha.
Ontem sonhei vezes incontáveis que estava a correr os 100 metros, mas por algum fenómeno estranho, o meu nome nunca aparecia da lista dos resultados e então, eu continuava a correr os 100 metros.
Junto ao meu "sonho" de ir assistir um Roland Garros ao vivo, fica agora o de assistir as provas de natação ou remo nos jogos Olímpicos ao vivo. Em Londres, em 2012? Quem sabe?
Quem sabe também para ver este homem (foto em baixo) chegar antes mesmo de partir? O corpo humano tem limites, mas qual será?, quando se vêm recordes serem batidos a todo o momento?

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E já agora, o meu tenista preferido também ganhou uma medalha.. :)

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Wednesday, August 13, 2008

Experiência

Ontem ouvi esta citação. Infelizmente não sei de quem é, mas julgo que encerra em si um ensinamento útil que se adequa à minha presente situação.
" Experience is what you get, when you didn´t get what you wanted."

A mãe trouxe....

... mimos
... chouriço
... queijo
... bacalhau

e a minha colecção de selos.
Há muito tempo que não pegava neles. Estive a observá-los ao pormenor, com lupa. Depois de pesquisar na internet sobre os selos e descobri a data de todos eles (portugueses), assim como também a historia das diversas emissões. Os mais velhos que tenho são de 1953-1955. Tenho muita pena, mas não tenho a mais pálida ideia de como vieram parar às mãos.
Descobri também que se fizeram emissões sobre os mais variados temas, inclusive sobre doçaria conventual.
Tenho muitas emissões incompletas e ando agora à procura de formas de as completar, alguma ideia que possam partilhar?
Os da foto são uma recente aquisição. Uma prenda de anos. No domingo, estive a separa-los por países, para mais tarde ser mais fácil arrumar. Antes de tudo tenho de encontrar um álbum novo e maior! :)

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Tuesday, August 12, 2008

Passeio de carro

Alugámos um carro para andarmos a passear pela Holanda. Apesar de ser um país pequeno demora o seu tempo a ser percorrido e apreciado. A experiência de andar de carro Aqui, foi ao mesmo tempo estranha e positiva. As estradas estão em muito bom estado, e bem identificadas. Evitamos sempre que podíamos as auto-estardas. As que utilizamos não tinham portagens, o que me fez lembrar os 60 cêntimos diários que eu tinha que pagar para percorrer cerca de 20 quilómetros e poder trabalhar.
A paisagem deste país é lindíssima planícies a perder de vista, a sensação de espaço é uma constante. São poucos os locais que têm um aspecto selvagem ( pelo menos por onde passei!), tudo parece cuidado impecavelmente. Há verde a perder de vista, não só em plantações (variadas), como em pasto. Já tinha ouvido falar que a Holanda tinha muitas vacas, mas o que é que são muitas vacas? Vimos imensas vacas, acho mesmo que vi milhares de vacas.
Eu gostei imenso do que vi e fiquei com imensa vontade de conhecer o resto e apesar da rede de comboios ser óptima, acho que a melhor opção é de carro!
Se tiver que resumir a Holanda em poucas palavras ( não vejo bem a necessidade disso, mas se tiver...), as palavras escolhidas serão: verde, vacas, água, moinhos e espaço.
Vimos imensos moinhos e apesar de serem muito bonitos, para mim não têm o mesmo charme que os portugueses. Sempre tive o sonho de morar no moinho, sonhava na forma de lidar com as forma redonda, mobília feita á medida, rebaixar o chão para ter mais altura interior, e até aproveitar as velas para estender a roupa, Doidices! :)
Era mesmo num destes que eu gostava de morar!

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Monday, August 11, 2008

De regresso

Estou de regresso depois de uma semana cheia de passeio e de mimos de mãe. Volto mais velha.
Regresso com trinta anos. Sempre gostei de fazer anos, quem me conhece bem sabe que costumo fazer contagens decrescentes para o meu dia de anos tipo " faltam dois meses para fazer anos!". Este ano não houve contagens para ninguém. A frase que eu mais disse foi " não quero nada fazer trinta anos!" Estive triste, perturbada. Tenho saudades da sensação dos meus 21 anos, uma sensação poderosa de que podia fazer tudo o que quisesse, bastava dedicar-me a isso. Contudo essa sensação foi-se. Sinto que estou a ficar com pouco tempo. Não sei ao certo para o quê, mas é a sensação que tenho é que "O tempo me está a fugir por baixo dos pés!"
O João perguntou-me: -Achas que estás diferente de ontem que tinhas 29? A resposta por mais tonta que pareça é que sim. Envelheci durante a noite.
O ponto alto do dia foi durante o meu voluntário, quando as velhotas me cantaram os parabéns e me deram umas rosas lindíssimas. Fartei-me de chorar de tão emocionada. Elas ficaram todas contentes de eu estar emocionada que começaram a rir. Ou quando uma das velhotas me disse me apesar de lhe doer o pé, tinha vindo jogar porque eu fazia anos. Lá foram mais umas lagrimitas. Que isto aqui quando começa nunca mais pára.
Quando uma velhota me pergunta: quantos anos faz?
30 respondo eu com a minha cara triste de quem se recorda do numero.
Ela começa a rir e diz: - Eu tenho 80!, pisca o olho e continua - ainda lhe faltam 50 anos!
Após este dialogo sinto-me realmente tonta, mas uma tonta, triste e mais velha.
Não quis celebrar,não me apetecia ir jantar fora, não quis bolo, nem parabéns cantados. Depois de muita insistência familiar lá cedi ao jantar!
Agora tenho 30 anos e 4 dias e não dá para voltar atrás!

Thursday, July 31, 2008

Marilyn Monroe

Depois de uma serie de filmes com Audrey Hepburn, começamos a ver filmes com Marilyn Monroe. Eu gosto muito mais da primeira. Mas os filmes que eu vi com a segunda são muito engraçados. São comédias ( e eu não sou muito de comédias) mas têm algo especial. Vimos:

"Some like it hot" - 1959

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"The seven year itch" - 1955

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Esta ultima imagem faz parte de uma sequência bastante famosa. O mais caricato é que no filme pouco se vê da Marilyn nesta cena ( comparativamente às imagens que circulam). As imagens que circulam são resultado de fotografias feitas por espectadores e jornalistas que estavam a assistir à gravação da cena. Cena essa que a jovem actriz repetiu imensas vezes.
O filme ganhou algum interesse acrescido, após termos visto o documentário sobre a sua realização. Em que é revelado de que forma é que tiveram de dar a volta à censura vigente em Hollywood. Censura esta destinada a censurar ( pleonasmo, eu sei!) todas as cenas fossem contra aos valores familiares de moral e bom costume. A sexualidade é escondida por trás de inocência e ingenuidade. Algumas cenas que para nós no nosso tempo nos parecem bastante banais, à data devem ter ido vistas como bastante arrojadas. É por causa destas pequenas coisas que eu adorava estudar/aprender história do cinema.