Wednesday, August 20, 2008

Atenta ou distraída

Costumo falar com alguma frequência ( não só aqui!), em estar atento ao que nos rodeia, atenta aos pormenores, de forma a evitar que apenas se passe pelas coisas. Para termos oportunidade de apreciar, de aproveitar ao máximo cada momento.
No outro dia, ao passar pela rua onde costumo ir com mais frequência em Amsterdão, apercebi-me que eu sou mais distraída do que atenta. Fiquei surpreendida com a quantidade de prédios lindíssimos que aquela rua tem. Com é que possível eu ainda não ter reparado antes? Por momentos ainda pensei que seriam novos. Mas quando na fachada se vê o ano 1908, conclui-se que aqueles prédios sempre ali estiveram. Já lá estavam antes de eu começar a passar pela rua, fazem parte dela.
Como é possível nunca ter reparado, como as 3 torres da igreja que se vê do comboio perto da estação de Amsterdão, são fabulosas contra um céu azul e limpo?
Ou que determinado prédio no centro de Haarlem tem umas caras muito interessantes esculpidas na sua fachada.
Ou que o antigo mercado de carne em Haarlem (agora um museu onde costumo ir), para além de bois também tem cabeças de carneiro esculpidas. Se eu vi os bois por que é que não vi os carneiros?
Quando me apercebo disso fico sempre com uma sensação estranha. Fico contente por estar a reparar e triste por nunca ter reparado.
Os exemplos que dei são de coisas permanentes, mais tarde ou mais cedo eu irei reparar. Mas e todas as outras coisas efémeras, temporárias que eu perdi por ser distraída?
Na semana passada, quando fui ao cinema ( a um cinema onde vou muito) tive uma experiência muito engraçada. O cinema tem um bar muito giro. Sem razão aparente eu e o João ficamos sempre nas mesas perto da entrada e perto salas de cinema, mas da última vez não havia aí lugar e "aventuramos-nos" a ir para onde nunca nos tínhamos sentado, o "outro lado". Quando me sentei e comecei a olhar em volta, fiquei toda contente. Parecia estar num outro bar qualquer. A mudança de angulo de visão, transformou por completo a minha visão do bar. Foi óptima a sensação da "coisa" nova, num ambiente já conhecido, já familiar. :)

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