Monday, August 25, 2008

Anton Pieck

Este domingo teve sabor de algo passado/ acabado. Acordamos um pouca mais tarde do que o habitual e devido a uns quantos "minutos finais" de algumas finais dos Jogos Olímpicos, saímos de casa também mais tarde.
Chegamos ao centro cerca das 11:45 e de forma desoladora encontrava-se praticamente deserto. Uma coloração cinzenta, um vento frio. O cafézinho onde costumamos ir tomar café tinha apenas mais dois clientes, estava portanto vazio, triste, pouco acolhedor.
Apesar de ainda estarmos em Agosto é sensação é que o Verão já passou, cada vez mais as probabilidades de um dia quente são menores.
meio com a sensação " não há nada para fazer" decidimos regressar a casa. Já em cima das bicicletas a pedalar em direcção a casa lembra-mo-nos "e se fossemos ao museu De hallen ver o que lá está? Já algum tempo que não vamos lá."
Assim foi. A exposição que lá estava era dedicada aos trabalhos do ilustrador Anton Pieck. Ilustrador de historias mais tradicionais como a branca de neve, bela adormecida, sete cabritinhos etc., entre outras coisas como ilustração de calendários.
Os trabalhos expostos eram simplesmente lindos, ricos em pormenor, com vida própria e cores magnificas. Gostei de cada um deles e queria trazê-los para casa em poster, em postal, no que fosse, mas para grande tristeza minha não havia grande escolha.
Aqui ficam dois exemplos!
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O dia que começou triste e cinzentão, acabou cheio de cor, e com sensações boas!

Friday, August 22, 2008

Away from her

Este foi o filme que ontem fomos ver. Já "passou" aqui há alguns meses mas na altura ( não me recordo muito bem porquê) não fomos ver. Ontem assim que me apercebi que ia "passar" novamente aqui em Haarlem, decidi que o íamos ver. A história do filme gira em torno de uma relação de 44 anos, em que um dos elementos começa a mostrar os sinais de Alzheimer.
Existem alguns filmes que focam historias de famílias que tem de lidar com elementos de família doentes. Não são filmes que eu habitualmente escolha mas havia alguma coisa neste que me chamou atenção.
O facto de estar a trabalhar( voluntário) num lar, tornou o retrato mais real, de alguma forma mais doloroso, mais "pesado".
Não sei até que ponto as pessoas que não estão ligadas à área da saúde, tem noção do ambiente de um lar ou casa de saúde.O risinho nervoso que se ouviu durante o filme, faz-me pensar que não tem grande conhecimento, e com esse riso tentam minimizar o peso dessa realidade, tentam talvez afasta-la. Os lares podem tanto ser locais muito deprimentes, como também onde podem acontecer coisas muito positivas. Como sempre quem faz a diferença são as pessoas.
O filme foca também o problema da institucionalização, o afastamento dos que lhes são queridos, a despersonalização , a invasão da privacidade.
Durante o filme existe uma simples frase/pergunta, algo como: quem é que escolhe as músicas?. Na cena vê-se a enfermeira toda contente a cantar e os doentes impávidos e serenos.
A música é para agradar a enfermeira ou estimular os "doentes"?
Esta cena fez-me lembrar uma colega. Trabalhava num serviço para pessoas com doenças do foro psiquiátrico. Admiro-a por tentar fazer actividades para estimular as pessoas, sem duvida alguma. Mas também me lembro de ter planeado uma tarde de canto, em que nas musicas que escolheu se encontrava "atirei o pau ao gato". Será esta musica adequada para adultos de 40 anos? Será que a infantilização estimula?
Durante uma tarde de cinema quem deve escolher os filmes? Os cuidadores ou as pessoas a quem se dirige a acção?
Eu acho que são questões simples que se deve colocar. Não são fáceis de gerir, porque as decisões serão mais difíceis de tomar, será mais difícil alcançar um consenso geral de forma ordeira. Contudo as pessoas que se pretende estimular terão um papel mais activo!
No filme há também outra cena em que se vê uma enfermeira a ler um livro para um doente, quem escolheu o livro? A ideia não é de todo disparatada, mas se não sabemos os gostos das pessoas e se estes não nos podem dizer, poderemos acabar por ler um romance romântico a quem prefere policiais. A família aqui tem sem duvida um papel fundamental. Estarão numa posição privilegiada para conhecer os gostos das pessoas. Contudo também sei que nem sempre os familiares são quem nos conhece melhor. Mas de certeza que estarão em melhor posição do que um profissional de saúde, que nunca nos viu.
Estas são algumas das reflexões que fiz após o filme. O filme também suscita reflexões sobre relações humanas, sentimentos de amor, perda, sofrimento e a felicidade dos outros.
Se gostei do filme? Não sei responder porque a sensação que tenho é que foi útil e produtivo.
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Wednesday, August 20, 2008

Citizen Dog

Surrealismo. Estranheza. Cores vibrantes. Riso. Inocência. Sonhos. Amizade. Amor. Simplicidade. E uma música que apesar de ser cantada em Tailandês me ficou no ouvido. Encontra-se tudo isto neste filme, mas o filme é muito mais do que a simples soma .
A ver sem dúvida alguma.

O trailer


A musica

Wall-e

Wall-e é para mim o filme do momento. Adorei! Há muito tempo que não sabia tão bem ir ao cinema. diga-se de passagem que os filmes que fomos ver, só valeram a pena mesmo pela companhia.
Mas Wall-e não, vi, gostei e queria voltar a ver. Gostei mesmo muito.


Quanto à mensagem ecológica incluída no filme, o que me ocorre dizer é que já estou cansada! Vivemos rodeados de temos de fazer isto, ou fazer aquilo para reduzir o lixo produzido ou o impacto do homem na terra. Quando é que se vai começar a receber um reforço positivo. Quando é que alguém vai começar a dizer frases do género: Graças ao esforço das pessoas, o uso de sacos plásticos diminui em 2%. Ainda falta muito para atingirmos o nosso objectivo mas estamos no bom caminho!
Eu sei que sou utópica!

Atenta ou distraída

Costumo falar com alguma frequência ( não só aqui!), em estar atento ao que nos rodeia, atenta aos pormenores, de forma a evitar que apenas se passe pelas coisas. Para termos oportunidade de apreciar, de aproveitar ao máximo cada momento.
No outro dia, ao passar pela rua onde costumo ir com mais frequência em Amsterdão, apercebi-me que eu sou mais distraída do que atenta. Fiquei surpreendida com a quantidade de prédios lindíssimos que aquela rua tem. Com é que possível eu ainda não ter reparado antes? Por momentos ainda pensei que seriam novos. Mas quando na fachada se vê o ano 1908, conclui-se que aqueles prédios sempre ali estiveram. Já lá estavam antes de eu começar a passar pela rua, fazem parte dela.
Como é possível nunca ter reparado, como as 3 torres da igreja que se vê do comboio perto da estação de Amsterdão, são fabulosas contra um céu azul e limpo?
Ou que determinado prédio no centro de Haarlem tem umas caras muito interessantes esculpidas na sua fachada.
Ou que o antigo mercado de carne em Haarlem (agora um museu onde costumo ir), para além de bois também tem cabeças de carneiro esculpidas. Se eu vi os bois por que é que não vi os carneiros?
Quando me apercebo disso fico sempre com uma sensação estranha. Fico contente por estar a reparar e triste por nunca ter reparado.
Os exemplos que dei são de coisas permanentes, mais tarde ou mais cedo eu irei reparar. Mas e todas as outras coisas efémeras, temporárias que eu perdi por ser distraída?
Na semana passada, quando fui ao cinema ( a um cinema onde vou muito) tive uma experiência muito engraçada. O cinema tem um bar muito giro. Sem razão aparente eu e o João ficamos sempre nas mesas perto da entrada e perto salas de cinema, mas da última vez não havia aí lugar e "aventuramos-nos" a ir para onde nunca nos tínhamos sentado, o "outro lado". Quando me sentei e comecei a olhar em volta, fiquei toda contente. Parecia estar num outro bar qualquer. A mudança de angulo de visão, transformou por completo a minha visão do bar. Foi óptima a sensação da "coisa" nova, num ambiente já conhecido, já familiar. :)

Tuesday, August 19, 2008

Delft e Kinderdijk

Delft
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Kinderdijk

Decidimos fazer o passeio de barco e que bem que soube. O tempo estava tremido mas aguentou-se. Os moinhos são lindissimos.
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Monday, August 18, 2008

Leiden

aqui ficam algumas fotos do passeio com a mãe. A primeira cidade que visitamos foi Leiden, que para grande surpresa minha, tem um mercado fabuloso aos sábados. Os de Haarlem comparados com aquele são bem mixurucas.

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Adicta

Nunca pensei que pudesse acontecer, mas é um facto ornei-me adicta dos jogos Olímpicos. Nunca vi tanto desporto seguido. Tenho adorado. Tenho vibrado. Tenho visto pessoas fazerem coisas impressionantes. Tenho chorado. Tenho gritado.
Tenho posto o despertador para às 3:30 da manhã, para ver uma final de natação em directo e apanhar com a final dos 20 km de marcha.
Ontem sonhei vezes incontáveis que estava a correr os 100 metros, mas por algum fenómeno estranho, o meu nome nunca aparecia da lista dos resultados e então, eu continuava a correr os 100 metros.
Junto ao meu "sonho" de ir assistir um Roland Garros ao vivo, fica agora o de assistir as provas de natação ou remo nos jogos Olímpicos ao vivo. Em Londres, em 2012? Quem sabe?
Quem sabe também para ver este homem (foto em baixo) chegar antes mesmo de partir? O corpo humano tem limites, mas qual será?, quando se vêm recordes serem batidos a todo o momento?

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E já agora, o meu tenista preferido também ganhou uma medalha.. :)

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Wednesday, August 13, 2008

Experiência

Ontem ouvi esta citação. Infelizmente não sei de quem é, mas julgo que encerra em si um ensinamento útil que se adequa à minha presente situação.
" Experience is what you get, when you didn´t get what you wanted."

A mãe trouxe....

... mimos
... chouriço
... queijo
... bacalhau

e a minha colecção de selos.
Há muito tempo que não pegava neles. Estive a observá-los ao pormenor, com lupa. Depois de pesquisar na internet sobre os selos e descobri a data de todos eles (portugueses), assim como também a historia das diversas emissões. Os mais velhos que tenho são de 1953-1955. Tenho muita pena, mas não tenho a mais pálida ideia de como vieram parar às mãos.
Descobri também que se fizeram emissões sobre os mais variados temas, inclusive sobre doçaria conventual.
Tenho muitas emissões incompletas e ando agora à procura de formas de as completar, alguma ideia que possam partilhar?
Os da foto são uma recente aquisição. Uma prenda de anos. No domingo, estive a separa-los por países, para mais tarde ser mais fácil arrumar. Antes de tudo tenho de encontrar um álbum novo e maior! :)

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Tuesday, August 12, 2008

Passeio de carro

Alugámos um carro para andarmos a passear pela Holanda. Apesar de ser um país pequeno demora o seu tempo a ser percorrido e apreciado. A experiência de andar de carro Aqui, foi ao mesmo tempo estranha e positiva. As estradas estão em muito bom estado, e bem identificadas. Evitamos sempre que podíamos as auto-estardas. As que utilizamos não tinham portagens, o que me fez lembrar os 60 cêntimos diários que eu tinha que pagar para percorrer cerca de 20 quilómetros e poder trabalhar.
A paisagem deste país é lindíssima planícies a perder de vista, a sensação de espaço é uma constante. São poucos os locais que têm um aspecto selvagem ( pelo menos por onde passei!), tudo parece cuidado impecavelmente. Há verde a perder de vista, não só em plantações (variadas), como em pasto. Já tinha ouvido falar que a Holanda tinha muitas vacas, mas o que é que são muitas vacas? Vimos imensas vacas, acho mesmo que vi milhares de vacas.
Eu gostei imenso do que vi e fiquei com imensa vontade de conhecer o resto e apesar da rede de comboios ser óptima, acho que a melhor opção é de carro!
Se tiver que resumir a Holanda em poucas palavras ( não vejo bem a necessidade disso, mas se tiver...), as palavras escolhidas serão: verde, vacas, água, moinhos e espaço.
Vimos imensos moinhos e apesar de serem muito bonitos, para mim não têm o mesmo charme que os portugueses. Sempre tive o sonho de morar no moinho, sonhava na forma de lidar com as forma redonda, mobília feita á medida, rebaixar o chão para ter mais altura interior, e até aproveitar as velas para estender a roupa, Doidices! :)
Era mesmo num destes que eu gostava de morar!

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Monday, August 11, 2008

De regresso

Estou de regresso depois de uma semana cheia de passeio e de mimos de mãe. Volto mais velha.
Regresso com trinta anos. Sempre gostei de fazer anos, quem me conhece bem sabe que costumo fazer contagens decrescentes para o meu dia de anos tipo " faltam dois meses para fazer anos!". Este ano não houve contagens para ninguém. A frase que eu mais disse foi " não quero nada fazer trinta anos!" Estive triste, perturbada. Tenho saudades da sensação dos meus 21 anos, uma sensação poderosa de que podia fazer tudo o que quisesse, bastava dedicar-me a isso. Contudo essa sensação foi-se. Sinto que estou a ficar com pouco tempo. Não sei ao certo para o quê, mas é a sensação que tenho é que "O tempo me está a fugir por baixo dos pés!"
O João perguntou-me: -Achas que estás diferente de ontem que tinhas 29? A resposta por mais tonta que pareça é que sim. Envelheci durante a noite.
O ponto alto do dia foi durante o meu voluntário, quando as velhotas me cantaram os parabéns e me deram umas rosas lindíssimas. Fartei-me de chorar de tão emocionada. Elas ficaram todas contentes de eu estar emocionada que começaram a rir. Ou quando uma das velhotas me disse me apesar de lhe doer o pé, tinha vindo jogar porque eu fazia anos. Lá foram mais umas lagrimitas. Que isto aqui quando começa nunca mais pára.
Quando uma velhota me pergunta: quantos anos faz?
30 respondo eu com a minha cara triste de quem se recorda do numero.
Ela começa a rir e diz: - Eu tenho 80!, pisca o olho e continua - ainda lhe faltam 50 anos!
Após este dialogo sinto-me realmente tonta, mas uma tonta, triste e mais velha.
Não quis celebrar,não me apetecia ir jantar fora, não quis bolo, nem parabéns cantados. Depois de muita insistência familiar lá cedi ao jantar!
Agora tenho 30 anos e 4 dias e não dá para voltar atrás!