Tuesday, April 29, 2008

Domingo em factos

Foto por: João Cleto

De manhã, fomos espreitar os "carros" do corso de flores. O corso faz-se todos os anos, num percurso de cerca de 40 km, percorrendo as varias povoações que se encontram junto dos campos de plantações de flores. O trajecto demora cerca de 12 horas a percorrer.

Foto por: João Cleto

Fomos a Amsterdão. O tempo estava tão com que saiu toda a gente à rua. Foi o primeiro dia em que andei na rua sem casaco yupi!
Durante o almoço, chegou um casal comum cão muito parecido com o meu Jupiter. 
A mesma raça, a mesma cor - preto e branco. Claro que encontrei diversas diferenças, menos branco aqui e ali, maior..... mas que saudades que me fez do meu cão! Até tive oportunidade de matar saudades daquele rabo duro que parece um chicote a bater-me nas pernas. :)

Foto por: Silvia Arrais

Foto por: João Cleto

Fomos ao Vondelpark e mais meio Amsterdão. tudo com a sua "mantinha" a dormir uma soneca debaixo do "chaparro". No parque ouvimos novamente um pica-pau a fazer barulho, quando olhamos para cima lá estava ele. fiquei toda contente. Esperei um bocadinho para ouvir outra vez  e para o ver fazer o barulho. Valeu bem a pena. :)


Foto por: Silvia Arrais

Depois fomos ao cinema. Vimos o novo filme do Woody Allen ( finalmente) Cassandra's Dream. Não me encheu as medidas, soube-me a pouco. 
Nada de mau na representação, na imagem/fotografia, foi mesmo a história....

Sábado em factos

O dia começou com um pouco de drama  mas recompôs-se assim que pus os pés na rua, esteve um dia magnifico de Primavera.

Foto por: Silvia Arrais

Já há algum tempo que andava a admirar esta arvore , da minha janela. É de facto muito bonita com todas as suas florzinhas brancas a abrirem gradualmente.

Foto por: João Cleto

A cidade estava diferente. Havia muita gente na rua. Muitas lojas estavam enfeitadas com flores a sua maioria narcisos. 

Foto por: João Cleto

Muitas das lojas puseram bancas na rua o que ajudou a tornar as ruas ainda mais animadas.

Foto por: João Cleto

Ao almoço decidimos matar saudades de frango assado e no final da refeição, comemos um pastel de nata com café.
Esta experiência fez-me lembrar uma aula do meu curso de enfermagem. A professora contou a historia de um doente, que já algum tempo se recusava a comer. Ela ( a enfermeira) tentando anima-lo e estimular-lhe o apetite, perguntou-lhe o que é que lhe apetecia. "Queria Fanta de Ananás, a sua bebida preferida". Animada por tentar ajudar, foi buscar-lhe a Fanta e deu-lhe. Ele sentiu-se enganado, "Aquilo não era Fanta; não sabia como todas as outras que tinha bebido!" O seu paladar estava alterado devido à medicação que se encontrava a fazer. A Fanta que teria como função  de o animar, deixou-o mais triste e deprimido, porque não voltaria a sentir aquele sabor que ele gostava tanto!
Apesar de não ser talvez tão grave ( eu vou poder saborear quando for a Portugal), até pode ter aspecto de pastel de Nata, mas não tem o sabor. Até pode ter nome de frango português com piri-piri, mas não saber ao mesmo. Senti-me enganada!

Foto por: Silvia Arrais

Fomos ler para o Jardim.

Foto por: Silvia Arrais

Acabei de ler "A tragédia da Rua das Flores", tal como da vez anterior gostei bastante. E irritei-me bastante, com a futilidade de certa classe social no inicio do sec XX.


Foto por: João Cleto

À noite fomos ver o corso de flores chegar. Cheirava mesmo muito, muito bem. Julgo que as flores responsáveis por esse "cheirinho" eram os jacintos. 
De seguida vamos a um barzinho novo, com alguns dos "outros"!
Chegámos por volta das 2H, um dia longo  que começou mal mas se desenrolou muito bem! :)

Friday, April 25, 2008

Lembranças à volta de um bolo

Talvez por a saudade apertar um pouco mais, até as coisas mais banais nos fazem recordar de algo.
Por exemplo na 3ª feira fiz um bolo, a realização desse bolo fez-me lembrar

- Do bolo que a minha mãe me fazia, para eu levar para o lanche na escola primária. O meu preferido era o bolo Mármore.

- Da minha mãe e da minha ama "ralharem" comigo, por eu comer  o resto de massa crua que ficava preso às paredes das taças de "bater os bolos". Eu não gostava nada quando elas usavam o rapa ( mãe) ou o salazar ( Ló - ama).

- Do bolo de chocolate que a minha querida Ana Matos faz. Que delícia.

 - Do meu bolo de chocolate ( o da Ana é melhor), que eu fazia quase sempre quando tinha jantares lá em casa ou quando ia jantar a casa de alguém. Bolo esse que o meu amigo Sergio Abreu gostava bastante ao ponto de me pedir para levar um pouco para casa para o pequeno almoço do dia seguinte. :)

A acompanhar este post ficaria bem uma fotografia do bolo que originou estas lembranças, mas não fotografei na altura e... ( vergonhosamente) agora já não há! :)

Wednesday, April 23, 2008

Mudanças

ENFERMEIRA


NURSE


VERPLEEGKUNDIGE

Genoveva

Genoveva é o nome da protagonista do romance " A tragédia da rua das flores" de Eça de Queirós, que eu estou a reler. Genoveva não me parece um nome bonito, para a protagonista de um romance. Acho mesmo que pior que esse só mesmo Desdémona, na tragédia de William Shakespeare, Otelo.
Apesar do seu péssimo gosto para escolherem nomes para as suas protagonistas, Eça de Queirós e William Shakespeare são dois dos meus autores preferidos. São dos poucos que eu li e reli!

Retrato

Na última aula de história de fotografia o tema abordado foi o retrato. 

O que é que o retrato nos diz sobre a pessoa retratada? 
Porque é que a pessoa se deixou ser fotografada daquela forma? 
Que valor tinha e tem o retrato? 
Será que se mantêm as mesmas preocupações relativamente ao retrato?
 
Estas foram algumas questões acordadas na aula e que me puseram a pensar. Por isso, fui  ver o livro de fotografia, "personagens" de Jorge Santos. Uma compilação de retratos de portugueses conhecidos. A acompanhar o seu retrato cada personagem/personalidade, escreveu umas linhas.

Uma das que gosto mais é sem dúvida a de Manoel de Oliveira


 "Este que está aqui na fotografia sou eu."

Outra frase, que gostei bastante acompanha a fotografia do músico Tozé Brito e diz o seguinte :

"Que idade terias se não soubesses a idade que tens?"

Eu não sei qual é a resposta das outras pessoas mas a minha seria 21!

Também enquadrado no tema do retrato, fomos ver a exposição que se encontra no museu "De Hallen" em Haarlem. A exposição "Heart beat" de Nan Goldin. Foi a que levantou mais questões.
Influenciada ainda pelas perguntas da aula, (porque é que as pessoas querem/aceitam ser fotografadas de determinada maneira? O que nos diz um retrato da pessoa fotografada?) Tentei observar as fotos de forma a responder essas questões.


Foto por: Nan Goldin


Foto por: Nan Goldin

Segundo a fotografa, a sua área de trabalho é o nível mais intimo das relações humanas. 
Temos pessoas normais, desconhecidas ("que se diluem na multidão"), nas suas casas, no seu ambiente familiar, o seu ambiente quotidiano. 
Temos um fotografo que tem como projecto fotografar as suas relações mais intimas. Este fotografo é um elemento estranho, traz a sua câmara mais um elemento estranho, provavelmente trará luzes, mais elementos estranhos. 
Eu acho impossível as pessoas agirem "normalmente"/ de forma natural, com tantos elementos estranhos à sua volta. Julgo que se entra na esfera da representação, perdendo-se o natural, o normal, o intimo. Perdendo por isso o objecto de estudo/trabalho/ a ser explorado.
Porquê? Porque é que as pessoas querem ser retratadas assim? 
Talvez um exorcismo do seu voyeurismo  ( fotografo) e do seu exibicionismo ( casais fotografados), e uma exploração do voyeurismo de todas as pessoas que vêm as fotos.

Monday, April 21, 2008

Haarlem ao Domingo

Haarlem ao domingo de manhã, esteja frio ou calor, parece estar quase deserto. Estas fotos foram tiradas cerca das 11 da manhã.

Foto por : João Cleto

Foto por : João Cleto

Foto por: João Cleto

Ao almoço erámos só nós os 4 portugueses que por aqui andamos perdidos ( já descobrimos que há mais uns quantos mas não sabemos ao certo quem são). Foi um almoço muito divertido é bom estarmos com outras pessoas e podermos falar português à vontade, sem estar com cuidado para os outros nos perceberem.
Fomos ao "sitio do costume"  um café/bar/restaurante, onde vamos frequentemente quer em grupo, quer separados. As empregadas já nos conhecem claro e sabe sempre bem receber aquele sorriso simpático de reconhecimento. :)

Sábado

Sábado foi dia de passeio. Decidimos ir a Delft, a cidade dos azulejos e loiça pintada azul e branca e onde nasceu viveu e morreu o pintor Vermeer.

Foto por: Silvia Arrais

- Este é um dos muitos campos de cultivo de flores que se vê na viagem de comboio.

Foto por : João Cleto

Foto por: João Cleto

 - O centro da cidade estava cheio de gente, muito devido ao facto de se realizar um feira de antiguidades/ velharias ( depende do ponto de vista), espalhada por todo o centro.

Foto por : João Cleto

 - A segunda torre mais alta da Holanda. A 1ª é em Utrecht,  talvez o próximo detsino de passeio.

Foto por: João Cleto

Foto por: João Cleto

Como disse Delft é a cidade de Vermeer, por isso recentemente abriu um centro dedicado ao pintor. É algo a NÃO visitar. Não há nenhum quadro original é todo cópias, mas as próprias cópias não são pinturas. E o centro não acrescenta nada de novo. A sensação com que se fica é que foi dinheiro deitado ao lixo.

O filme "Rapariga com  brinco de pérola" consegue transmitir de forma muito mais eficaz todo o ambiente de Delft, da sua sociedade, de Vermeer e a sua família.

O motivo que nos levou a Delft, foi o festival de cinema ibérico. Fomos ver a sessão "Vanishing Portugal", que era constituída por dois documentários "Gentes do mar" de Dânia Lucas e "Ainda há pastores?" de Jorge Pelicano. Os documentários são muito interessantes mas mais interessante foi ver a grande concentração de portugueses, eu diria que 60% da plateia era portuguesa. 
Quem são estas pessoas? O que as trouxe a este país? A maioria está entre os seus 20 e 30, será que toda esta gente tirou cursos e não conseguiu "nada de jeito" em Portugal? Quem fica?  Foram algumas das perguntas que me saltaram quando me comecei a aperceber  da quantidade de portugueses que cá estão.

No final da exibição dos documentários, embaixada portuguesa de Portugal na Holanda, ofereceu-nos salgadinhos e vinho português. Entre os salgadinhos havia pasteis de bacalhau, que estavam uma delicia. Acho até que foi o melhor momento do dia, quando comi aqueles dois pasteis de bacalhau, não tinha consciência de que tinha tantas saudades de os comer. :)

6ª feira

À tarde

Andei a fazer experiências. Andei a tentar desenhar em negativos fotográficos, com uma agulha de coser, (não tenho estilete). Eis os resultados:



Desde que vi um documentário sobre filmes de animação e as suas variadíssimas técnicas, fiquei sempre a pensar e com vontade de experimentar esta. Em cada fotograma desenhavam (com estilete)  ligeiras diferenças para criar a sensação de movimento no conjunto final. Queria experimentar a sensação. Não é nada fácil,mas.... também porque eu não sei desenhar!

À noite

Fomos jantar a um restaurante belga "Lieve" em Amsterdão. Eramos um grupinho grande  (14) e o jantar correu muito bem. O restaurante tem um ambiente bonito e interessante, a comida era boa, a companhia animada e bem disposta. 


Foto por: Silvia Arrais 

Friday, April 18, 2008

Dante's Inferno

"Dante's Inferno" foi o último filme (para nós) do Amsterdam Fantastic Film Festival. 
O filme foi descrito por um dos autores como sendo um retrato do presente inferno dos EUA. Ao vermos conseguimos perceber uma critica mordaz da sociedade americana, mais especificamente da política americana. 
Tive pena de os meus conhecimentos sobre a dinâmica política americana serem escassos, pois conseguiria ter percebido melhor as criticas dirigidas e o porquê. Porque quando se falam em nomes específicos é necessário ter conhecimento sobre quem as pessoas são, fazem ou fizeram.
Trata-se de um filme de animação, utilizando como meio "puppets".  Um filme cheio de pormenores interessantes, por exemplo relacionados com a ideia de movimento.

Aconselho vivamente a  ver o site  e especialmente o trailer.



E já que estou numa de puppets, fica aqui o registo de outro filme brilhante "Strings" de Anders Ronnow - Klarlund.


Thursday, April 17, 2008

História da fotografia

Eu estou a adorar as aulas de historia de fotografia, sinto que estou a aprender imenso e a tomar conhecimento de diversas perspectivas sobre fotografia, o que torna tudo ainda mais interessante.
Muitos dos fotógrafos abordados são desconhecidos por  mim, por isso no final da aula andei a pesquisar um pouco sobre o seu trabalho, decidi colocar alguns exemplos.



Martina Lopez - Questioning Nature´s Way 1, 1998


Gregory Crewdson - Production Still ( Bright view), 2003


Joel-Peter Witkin - Face of a woman, 2004


Arno Raphael Minkkinen - Fosters pond, 1989

Wednesday, April 16, 2008

Regresso a casa

Existem duas formas de regressar a casa, depois de uma ida ao cinema

- A simples: 

Chegar à estação de Amsterdão apanhar o comboio para Zandvoort en Zee às 0:15, chegar a Overveen às 0:45, depois de esperar um pouco mais do que o normal em Haarlem, porque se trata do último comboio. Andar 5 minutos de estar em casa. Total de tempo despendido no trajecto= 35minutos.

- A complicada:

Chegar à estação de Amsterdão, descobrir que o comboio das 0:15, não irá partir. ir ao balcão de informação perguntar qual a melhor solução para chegarmos ao destino. A informação obtida é a de que temos de ir a Leiden, para depois voltar para Haarlem e aí obter mais informações sobre como chegar a Overveen. O comboio parte às 0:10 chega a Leiden, cerca das 0:45. No comboio dão-nos a informação que o comboio para ir até Haarlem, tem a direcção de Alkmar e parte da linha 1 às 1:07. Sair do comboio para uma estação sinistramente vazia, dirigirmo-nos para a plataforma 1 e não haver informação nenhuma. Perguntar novamente informações e dizerem-nos que o comboio é o da linha 4a para Amsterdam Centraal. Voltar para trás, ler a informação e reparar que o comboio irá fazer o trajecto pela linha, que não estava a funcionar e nos fez ir parar a Leiden à 1 da manhã. A sensação é de ou a informação está enganada ou enganaram-nos de outra forma e poderíamos ter chegado a Haarlem de forma mais rápida e simples. Durante a viagem ficarmos parados durante 7 minutos, no meio de nenhures, à espera que um comboio passe por nós. Quase a chegar a Haarlem o revisor avisa-nos que telefonou para a companhia de taxis e que estará um taxi à nossa espera às 1:50 e que nos levará a nós e mais dois rapazes até à estação de Overveen. São 1:40 quando chegamos a Haarlem esperamos 15 minutos, com várias pessoas que a esta hora da manhã estão irritadas e começam a refilar. O táxi não aparece de forma alguma. O frio começa a apertar, os pés estão gelados, a testa está gelada, o nariz quase a cair decidimos ir a pé até a casa, não foi a primeira vez, não há-de ser a ultima. Depois de estarmos a andar à 20 minutos, vemos passar "o nosso taxi". Continuamos a andar chegamos a casa às 2:25. Total de tempo gasto no trajecto= 2h e 15 minutos.

Não escolham a segunda opção, a não ser que tenha mesmo de ser, como por exemplo se alguém se suicidou atirando-se para a linha do comboio, de uma ponte. Foi o que aconteceu ontem à noite. :(

Tuesday, April 15, 2008

David Linch - Hist de Fotografia

É possível ver um filme realizado por David Linch, que não implique andarmos perdidos entre o passado e o futuro? Um filme que seja narrado respeitando a sequência natural dos factos? 
Sim é possível. Um dos exemplos é "Wild at heart" de 1990.
A história é sequencial mas não deixa de pertencer a um imaginário muito próprio deste realizador. Onde abundam personagens estranhas/ extravagantes, acções incompreensíveis e uma forma muito particular de filmar/captar pormenores. Durante toda a historia desenrola-se uma ligação ao imaginário do filme Feiticeiro de Oz, o que contribui para a estranheza. Como todos os outros filmes ( a excepção talvez seja Inland Empire em que não gostei mesmo, 3 horas de puro "o que é que se passou aqui?") não consigo dizer se gostei ou não, neste apenas, ao contrário dos outros, posso dizer que percebi o que se passou. :)
.......

Estou quase a acabar a " Breve História de Portugal". 
Levou-me mais tempo do que o inicialmente previsto, porque houve capítulos complicados de seguir. Principalmente os capítulos relacionados com a monarquia constitucional e com a republica. A confusão dos capítulos está estreitamente relacionada com a confusão das épocas.
Gostei bastante de ler sobre a historia de Portugal e fiquei com vontade de aprofundar alguns temas/períodos. Mas isso é algo que terá que esperar pela minha próxima ida a Portugal, para que possa escolher e trazer livros.
Entretanto decidi procurar outra coisa para aprender. 
Continuo com história mas desta vez de fotografia. Encontrei uma universidade do Ilinois que disponibiliza as aulas de historia de fotografia em podcast. Já ouvi a primeira aula e o professor Jeff Curto é um "curtido", acho que vai ser uma experiência bastante interessante. Eu sempre gostei de assistir a aulas! :)

Monday, April 14, 2008

Outro festival

Para contentamento das pessoas que já não podiam "ouvir-me" falar de cinema asiático, o CinemAsia acabou este domingo.
Mas temos outro festival de cinema a decorrer o 24º Amsterdam Fantastic Film Festival
A minha primeira pergunta é: Não podiam fazer os festivais um pouco mais espaçados no tempo?
A nossa estreia no festival foi ontem com o filme "Film Noir". Um filme de animação dos EUA, mas sem objectos inanimados falantes, nem animais simpáticos. 
Gostei da historia que gira à volta de um "jovem" com amnésia, troca de identidades, informação comprometedora e alguém que não quer que essa informação seja  descoberta.
O que eu não gostei:
- A falta de fluidez de movimentos dos personagens. O seus movimentos são semelhantes aos movimentos de um  personagem de jogos de computador, ou seja, perros. Além disso, não gosto de jogos de computadores.
- O facto do personagem principal não ter lábios.
- Todas as personagens femininas do filme eram mamalhudas.

.......
Ontem à tarde para além de irmos ao cinema, vimos um jogo de xadrez. No final de 1 hora quase  meia, as brancas perderam.


Sunday, April 13, 2008

A caminho de Amsterdão

- Um cheiro novo e bom, ao sair da porta de casa. tem origem numas florzinhas brancas e pequeninas. não estavam lá há 3 dias.

- Vários dentes de leão, no "espaço verde" que atravessamos para ir para a estação de comboio.



- Enquanto esperamos pelo comboio, alguém passa na rua de trás a cantar bem alto " ó- blá-di ó-blá dá, live goes on". Parece muito bem disposto.

- As nuvens brancas passaam demasiado rápido para que se consiga "ver" alguma forma.

- Oiço o barulho do comboio nos carris mas ainda demora algum tempo a surgir na curva.

- Pela janela do comboio, reparo num papagaio de papel muito colorido, que ficou preso nos ramos de uma arvore ainda sem folhas.

- Na estação de Haarlem, entra muita gente como sempre, Mas, hoje entram muitas crianças. Chegam com o entusiasmo de uma idade, em que andar de comboio ainda é uma aventura.

- No banco à minha frente, um senhor tenta contar uma piada/anedota às crianças. Algo relacionado com trocadilho de palavras. Apenas eu e ele nos rimos.

- Na estação eólica que se vê co comboio, apenas 1 das 8 "ventoinhas", não está a funcionar.

-Ao chegar à estação de amsterdão, a voz da revisora diz " verifique se leva toda a sua bagagem". è a segunda vez que oiço esta frase, neste trajecto de comboio.

- Ao sair do comboio, reparo em 2 velhotes de mãos dadas. Não me parece um acto de protecção mas sim de ternura.

- Ao chegarmos a Amsterdão somos engolidos por uma multidão poliglota.

Keukenhof

O passeio de sábado foi a Keukenhof que é, segundo o site,  "o parque primaveril mais bonito do mundo".

Keukenhof é sinónimo de flores, muitas flores mesmo e de muitos turistas, infelizmente! :(

O parque é de facto muito bonito, mas devo confessar que o que eu gostei mais não foi das flores, porque passado um pouco as mil-e-uma variações de tulipas, narcisos e jacintos começaram a tornar-se monótonas. O que eu gostei mesmo foi das estátuas, que se encontram espalhadas por todo o parque. Deixo aqui alguns locais do parque que eu mais gostei.






"Ferramenta para ferramentas"


"Braços"


"Células"


Uma família feliz!



"Descanso amarelo"


"O selvagem"


"A tomar banho"


Relógio de sol

Saturday, April 12, 2008

Uma casa portuguesa

Já não me recordo muito bem, mas julgo qu efoi no primeiro mês da minha estadia aqui, estava eu muito bem a fazer zapping na televisão e dou com uns acordes familiares. A musica era "Uma casa portuguesa", MAS cantada em holandês.
Hoje encontrei essa pérola, e decidi partilhar. Aqui fica o video



A letra em holandês não tem nada a ver com a portuguesa, por exemplo:

em vez de

 É uma casa portuguesa, com certeza! 
 É, com certeza, uma casa portuguesa!

temos 

Ik voel de duizeling van duizend sentimenten
Ik voel het gloeien van een Portuguese lente

Ora bem o que temos aqui é:

Eu sinto a tontura de mil sentimentos
Eu sinto o brilho de uma primavera portuguesa

Esta manhã

4 dias inteirinhos de sol, já é um exagero nesta terra e eu ainda queria um 5º. 
Algo na parte de trás da minha alma sabia que isto podia acontecer, aliás tinha uma grande probabilidade de acontecer. Logo, no dia destinado ao passeio estar um dia cinzento, ventoso e com chuva. Eu não queria nada disso, por isso guardei essa possibilidade lá bem escondida na parte de trás da alma.
A primeira coisa que fiz ao levantar-me, foi olhar pela janela, queria confirmar que o sol estaria lá mas... não estava. Nem um raiozinho vi!
Preparei-me para sair, demorando algum tempo a decidir que trapito levar, não por uma questão de vaidade mas porque estava frio de manhã, mas as temperaturas têm estado amenas a meio da tarde. Ou seja, é necessário adoptar o grito de moda holandês, que é vestir à cebola, melhor dizendo, às camadas, para ser mais pratico acrescentar ou retirar roupa conforme as necessidades ao longo do dia.
Se ao andarmos na rua de repente formos apanhados pela chuva, pensamos : "É azar, acontece!". Mas quando saímos para a rua, sabendo de antemão que está a chover, que nos vamos molhar e tomamos consciência dessa inevitabilidade.... é triste , deprimente.
A rua estava deserta.
Ao chegar perto da bicicleta, ouvi um barulho que vinha da direcção das arvores, soube instintivamente que era um pica-pau... é claro que não tenho a certeza, mas prefiro acreditar que sim, que de facto era um pica-pau. Fiquei um pouquinho mais bem-disposta.
Mais à frente ao chegar aos semáforos, reparo num outro pássaro. Comecei a vê- los no inicio da Primavera, não sei de que espécie são. São de tamanho médio, o corpo todo branco, asas pretas, bico estreito, comprido e de um cor-de-laranja vivo. Deduzo que comam vermes porque os encontro sempre a enviar o bico na terra, ou então com o bico todo sujo. De repente vêm-me à ideia o livro que tinha de pássaros, tento folheá-lo mentalmente para tentar identifica-los, mas em vão.
Lembro-me então que costumava dizer que se fosse pássaro, gostava de ser uma cegonha. São os meus preferidos.
Já não vejo uma cegonha há muito tempo, penso e reparo, que também já não vejo as 3 araras vermelhas, que voavam nas arvores em frente da minha janela, há bastante tempo, o que lhes aconteceu?
Não tenho tempo de imaginar uma resposta... o sinal verde abriu e o vento e a chuva obrigam-me a concentrar no caminho.
Não penso em mais nada....

Friday, April 11, 2008

As palavras não são minhas

"O vento de Março é um vento mau, dizia a minha mãe. Mas apesar disso, sabe bem, cheira a seiva, ozono e sal do mar distante. Um bom mês, Março, com Fevereiro a soprar pela porta das traseiras e a Primavera á espera na da frente. Um bom mês para mudanças." - Chocolate, Joanne Harris
Já não é Março, mas aqui está (quase) sempre vento. Se calhar neste país todos os meses, são bons meses para mudanças! :)

Coisas soltas

Depois de comprarmos as frigideiras e de eu estar a sentir-me um pouquito melhor. Fomos a um barzinho com musica ao vivo (Jazz).
A noite foi muito agradável. O bar é frequentado por pessoas de uma faixa etária mais velha e estavam todos bem dispostos. Contudo foi ocasião para situações caricatas. 
Primeiro tenho o dono do bar a sorrir-me e a deitar-me a língua de fora. 
Segundo estava lá uma senhora que cada vez que olhava para mim sorria. A primeira vez pensei "mas que senhora tão simpática" e sorri de volta. Mas depois de ter feito isto umas 10 vezes, comecei a achar muito estranho e já não tão simpático.
A música não era especialmente boa, mas há sempre uma energia positiva quando se vê gente mais velha a "curtir" a música, como gente jovem.

A juventude é um estado de espirito? Sim também!
.................

A drª Margarida, antes de me vir embora disse algo do género. " Agora quando nos vier visitar vem loira, com um daqueles cortes de cabelo extravagantes e cheia de piercings!"

A minha única extravagância resume-se aos meus ténis com atacadores verde  fluorescente. Espero não desapontar muito! :)


XXXX

Uma pessoa sabe que as coisas não estão assim tão bem, quando fica toda contente por ter comprado frigideiras novas.

Thursday, April 10, 2008

4ª feira

Ontem fomos então ao Cinemasia. O filme foi "Daisy" de Andrew Lau.



O primeiro filme coreano inteiramente filmado na Holanda. Grande parte do filme foi filmado na praça principal aqui da terrinha. É muito mais simples filmar em Haarlem do que em Amesterdão. 
O filme é sobre um triângulo amoroso, um assassino, um policia, uma pintora de rua e muitos, muitos, muitos malmequeres.


O amor é construído com pequenos gestos,  com atenção, dando valor unicamente à felicidade da pessoa amada.  Mas o filme não é só  lamechice, tem também um lado cinzento; em que os bons não são assim tão bons e os maus não são assim tão maus.




Tem umas cores fabulosas, até um pouco estranhas para um pais tão cinzentão como este. Essas cores são nos transmitidas principalmente pelos quadros que ela pinta, e pela paisagem campestre onde ela pinta. Tem também uns "pensamentos" relacionados com  a chuva o que relacionando-se com este país também tem o seu quê de caricato.