Thursday, July 31, 2008

Marilyn Monroe

Depois de uma serie de filmes com Audrey Hepburn, começamos a ver filmes com Marilyn Monroe. Eu gosto muito mais da primeira. Mas os filmes que eu vi com a segunda são muito engraçados. São comédias ( e eu não sou muito de comédias) mas têm algo especial. Vimos:

"Some like it hot" - 1959

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"The seven year itch" - 1955

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Esta ultima imagem faz parte de uma sequência bastante famosa. O mais caricato é que no filme pouco se vê da Marilyn nesta cena ( comparativamente às imagens que circulam). As imagens que circulam são resultado de fotografias feitas por espectadores e jornalistas que estavam a assistir à gravação da cena. Cena essa que a jovem actriz repetiu imensas vezes.
O filme ganhou algum interesse acrescido, após termos visto o documentário sobre a sua realização. Em que é revelado de que forma é que tiveram de dar a volta à censura vigente em Hollywood. Censura esta destinada a censurar ( pleonasmo, eu sei!) todas as cenas fossem contra aos valores familiares de moral e bom costume. A sexualidade é escondida por trás de inocência e ingenuidade. Algumas cenas que para nós no nosso tempo nos parecem bastante banais, à data devem ter ido vistas como bastante arrojadas. É por causa destas pequenas coisas que eu adorava estudar/aprender história do cinema.

Mais calma...

Ontem estive o dia todo triste, angustiada... frustrada com a vida!
Hoje estou bem melhor! Passo os dias entre a vontade de fugir e a realização de que o meu lugar é aqui, e não faz sentido que seja num outro qualquer lugar.
Fui ao meu voluntariado e correu muito bem! Não houve quaisquer confusões durante o almoço. Não troquei a sopa de ninguém. Não andei "oh tio, oh tio" o que é que é preciso fazer agora?
Durante o jogo estive sozinha com os velhotes, sem apoio e correu mesmo muito bem. :) Nem tudo corre mal por estes lados.
....
Amanhã chega a minha mãe para uma semana de férias. Vai saber-me muito bem. Antevejo muitos passeios!
Não poderei escrever tão frequentemente, mas se houver fotos prometo partilha-las depois!

Tuesday, July 29, 2008

O que fazer....

...quando se está triste, frustrada, com a alma pela rua da amargura e com a cabeça a mil?
Ocupar as mãos!
È a melhor terapia que eu consigo encontrar... Relaxa-me a mente porque enquanto me concentro no que faço, não penso em mais nada!
Depois do turbilhão de emoções que senti ontem.... agarrei num cachecol que tinha tricotado, cujo o padrão não saiu lá muito bem( uma experiência mal-sucedida), e desmanchei-o. Com a lã num novelo bem grande, comecei novamente a tricotar, um outro cachecol. :)
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O ponto é sempre o mesmo e faço sempre cachecóis. Já há algum tempo que não é o resultado final que interessa mas sim o efeito terapêutico do processo.

Trabalho

Como muita gente sabe desde que vim para a Holanda viver, há 11 meses atrás, que ando à procura de trabalho. A minha profissão (enfermagem) acarreta a obrigatoriedade de saber holandês fluentemente, motivo pelo qual, apesar de gostarem do meu currículo, ainda não tenho emprego.
A semana passada fui mais uma vez a uma agência de emprego, saí de lá com um contrato de trabalho. Não é o meu emprego de sonho mas parecia-me aceitável como começo. Consiste em em colmatar falhas no pessoal em diversas instituições, quando estão com falta de alguém contactam-me e eu vou lá fazer o turno.
Ontem foi o meu primeiro dia e foi a pior experiência de trabalho que eu já tive.
Fui, nervosa claro, mas com vontade de fazer o meu melhor e de trabalhar. Quem trabalhou comigo, sabe que não tenho medo de trabalhar e não sou do tipo de pessoas que se encosta nos outros.
Fui com ideia de fazer parte de uma equipa, uma vez que sabia que a instituição era grande. Mas, surpresas das surpresas, passado 15 minutos de lá estar apercebi-me que iria ficar com cerca de 90 velhotes a meu cargo e que ia trabalhar sozinha!!!! As outras duas outras pessoas que estavam a trabalhar iriam cuidar das outras 90 pessoas!!!
Caiu-me tudo aos pés, principalmente a alma.
A minha primeira vez naquela instituição, a minha primeira vez a trabalhar com velhotes, falar mal holandês e colocam-me responsável por 90 pessoas. Eu expliquei bem as minhas capacidades e dificuldades na agência, mas pelos vistos não tomaram nada em conta.
Tentei acalmar-me e analisar a situação, deram-me algumas explicações (poucas) de forma a mostrar-me que não era um bicho de 7 cabeças. Convenceram-me.
Fiz o meu melhor, comecei com calma, fiz as perguntas que me pareceram pertinentes naqueles breves momentos em que tive companhia.
O que posso dizer é que a língua foi a única coisa com a qual não houve problema!
Quando me comecei a aperceber no que me tinha metido, deu-me uma coisinha muito má.
Por exemplo, quando cheguei a um quarto para dar insulina a uma velhota, procurei o esquema de administração ( previamente tinham-me dito que estava no quarto), a única coisa que lá estava era o registo da insulina, nada de esquemas de com x de glicémia administra-se x unidades de insulina. Passei-me.
Com outra senhora que se encontrava acamada, e precisava de ser trocada a fralda e ser lavada, não havia fraldas no quarto. Ninguém me disse sequer onde que é eu as poderia encontrar! Comecei a analisar a situação e achei que não se reuniam as condições para prestar cuidados decentes de forma responsável. Fiz algo que vai contra a minha maneira de ser e fui-me embora. Custou-me muito, sei que parece ser uma irresponsabilidade. Neste caso parece-me exactamente o contrário, eu não tinha quaisquer condições para fazer um trabalho responsável.
vim o caminho todo para casa a chorar. Chorei a noite toda. Tive imensas dificuldades em adormecer. Senti-me a pior pessoa do mundo.
Hoje de manhã fui à agência falar com eles, sobre o que se tinha passado e novamente sobre em que condições é que queria trabalhar.
Pareceram-me bastante compreensivos e combinamos entrar de novo em contacto dentro de 2 semanas, para arranjarmos algo.
Sem duvida que tenho tido experiências novas. A vontade que me dá é fazer um estudo comparativo sobre as condições de cuidados de saúde em vários países, acho que encontraria algumas surpresas!

Thursday, July 24, 2008

Coisas bonitas ao final da tarde

Os novos selos, para circulação de correio na Holanda. "Pense verde, faça verde!"

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Veleiros que encheram o canal , no seu regresso a casa!

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Flores, no café onde costumamos ir e onde paramos para beber uma cervejinha, numa noite de calor intenso!

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Wednesday, July 23, 2008

Fifteen Amsterdam

Fifteen Amsterdam, é um restaurante diferente. Baseado na ideia por detrás do Fifteen London de Jamie Oliver, este restaurante é a base de uma escola de culinária, com o objectivo de integração de jovens mais desfavorecidos com dificuldade em arranjar emprego em Amsterdão. A fundação por detrás do restaurante, providencia o treino durante 16 meses e ajuda na obtenção de um emprego.
O ambiente é um pouco estranho, pois é um espaço "industrial" com grafittis, e lustres misturados, contudo é um ambiente bastante simpático e agradável.
A comida? Bem, essa para im foi uma desilusão. Não é que não estivesse boa e a apresentação não fosse excelente, mas não correspondeu às minhas expectativas. Não houve um único prato que eu ficasse com a sensação, " bem isto é mesmo bom!". Sabores muito fortes! Demasiados sabores juntos, o que tornava por vezes impossível de reconhecer seja o que for. E demasiado gorduroso. Estas foram as impressões que me ficaram do jantar!
Mas a companhia foi fabulosa, gente muito simpática e tagarela. Não houve momentos mortos, ou de silêncios constrangedores. Muita gargalhada e diversão.
A conta, nem quero pensar nela, porque me faz mal ao fígado!

Guia turístico

2ª feira andei a fazer de guia turístico, mas o dia não correu nada bem. Esteve a chover torrencialmente, o que não é nada agradável para passear. Acabamos por ir à casa de Anne Frank, eu nunca lá tinha ido, e não recomendo. O museu consiste sim senhor, na casa onde se esconderam mas o que encontramos quando entramos, são espaços vazios com passagens do diário escritas na parede. A parte mais interessante é o esconderijo em si, com entrada atrás da estante de livros, mas novamente o que encontramos são espaços vazios com passagens escritas na parede. Do meu ponto de vista não vale a pena, o tempo de espera, e o preço da entrada. Quanto ao que li nas paredes, fiquei com vontade de reler o diário, porque já não me recordo bem dele. ( Há alguém por aí que tenha o livro e me possa emprestar? Se sim é só enviar-me um mail, para eu dar o contacto! prometo cuidar bem do livro e ser rápida a ler!)

O outro museu onde fomos foi ao Van Gogh que o tempo não estava mesmo para passeios. Eu gosto sempre de ir a este museu, o edifício é muito interessante e as exposições temporárias também costumam ser. Mas desta vez o objectivo era a exposição permanente, e que experiência horrível. Estava meio mundo lá dentro! As pessoas estavam a adoptar um forma muito estranha de circular, ponham-se em "filinha pirilau" e iam andando muito devagarinho, muito perto dos quadros. Que sufoco! Mas como não gosto de "encarneirar" decidi, fazer à minha maneira, e lá fui eu a perturbar a ordem pré-estabelecida, com direito a olhares reprovadores, e uns "c'est pas possible!". Não faz mal. A visita mesmo assim valeu a pena, porque reparei em quadros que nunca tinha reparado antes e foi uma agradável surpresa. Como por exemplo este quadro (em baixo) que eu acho fabuloso! Claro que ao vivo é muito melhor do que qualquer reprodução.

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Courting couples in the Voyer d'Argenson Park in Asniéres, Paris, 1887

Passeio

Depois de passar a 6ª feira toda em casa, sozinha e doente, tive uma surpresa por volta das 23h. Os nossos novos amigos portugueses, telefonaram-nos, a perguntar se queríamos ir passear até Hoorn. Fiquei logo animada, passou-me a tosse toda. Tentamos telefonar e combinar com "os outros" mas como era em cima da hora não foi possível.
No sábado, lá fomos nós, logo pela manhã para aproveitar o dia, que estava cinzento e a querer chover. A cidade/ vila é como quase todas as outras holandesas, limpinha, arrumadinha, com casa baixinhas, com um aspecto antigo mas não degradado. Como fica perto da água tem muitos veleiros e grandes, o que torna sempre o passeio ainda mais agradável.
Entrámos num café, típico. Os chamados "cafés castanhos" típicos de uma Holanda antiga e difíceis de encontrar em Amsterdão ou mesmo em Haarlem. O seu nome vem do facto de serem cobertos de madeira, chão, tectos, paredes e o mobiliário ser de madeira também. São geralmente escuros, com um cheiro muito forte e característico de muitos anos com fumo. Mesmo após a entrada em vigor da lei anti-tabaco, o cheiro mantêm-se. Para o tornar ainda mais típico lá estava o tapete em cima da mesa! Não consigo perceber como é que ainda não desistiram da ideia. A ASAE já teria terminado com isso em 3 tempos.

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Depois fomos ao museu do sec XX, um museu que mostrava a evolução de determinadas coisas durante o sec XX, especialmente tecnologia, como por exemplo a evolução da TV, do aspirador, máq de costura, maq de lavar a roupa etc. Eu gostei bastante!

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O tema da exposição temporária era o Playmobil, o que fez as delicias de alguns dos participantes da nossa "excursão", que recordaram as mil e uma maneiras com que brincavam com o PLaymobil.

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Eu, achei a exposição um perigo, pois havia imensos sets montados (com os quais as crianças podiam brincar à vontade), cheios de peças pequeninas, mesmo a jeito de serem, ingeridas, aspiradas e introduzidas em buraquitos menos apropriados como narizes e ouvidos.
Depois do almoço, fomos a Alkmaar , famoso pelo clube de futebol e pelo mercado de queijo. O mercado é apenas há 6ª feira das 10 às 12, pelo que não o apanhamos e o museu do queijo estava a fechar. Ficou o passeio bem agradável pelas ruas da cidade. Depara-mo-nos com uma rua que estava completamente coberta com pastilhas elásticas, como começou? E porquê? não faço a mínima ideia. É uma visão muito estranha!

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Antes de virmos embora ainda passamos por um moinho, que eu continuo a achar uma visão sempre bonita!

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No domingo à tarde, ficámos por casa porque o tempo não estava para grandes aventuras! :(

Friday, July 18, 2008

Cumprimentos

Poderia ser engraçado/ interessante se as pessoas se cumprimentassem da seguinte forma:
"Que A Que Brilha ilumine o teu caminho."
E a resposta seria:
"Que A Guardiã das Chamas aqueça o teu coração."

Esta é a forma como, os personagens das Crónicas de Bridei, de Juliet Marilier, se cumprimentam. São os livros que estou a começar agora a ler. Os dois primeiros já os li há cerca de 2 anos, mas o último teimava em não sair. Agora que já o adquiri, não me recordo com pormenor dos outros. Por isso, decidi relê-los.
O que eu gosto mais nestes livros, é o facto da vida dos seus personagens, ser orientada pelos ciclos vitais da natureza. Pela luz, pelas trevas, pelo sol e a lua, o ciclo todo da produção de alimento.
Cada vez que leio estes livros, fico sempre com vontade de ser eremita. De viver sozinha, numa cabana, no meio de um bosque, apenas com os meus livros. Ser capaz de viver do que cultivo. Mas depois, começo a pensar e se há um fogo no bosque. È melhor mudar de ideias, o bosque é perigoso. Depois começo a pensar em outras localizações, para a minha cabana e descubro sempre algo de errado.
Mas, a verdade é que eu não conseguiria viver isolada a esse extremo, se agora estar cerca de 8 a 9 horas por dia sozinha, já me angustia e entristece, quanto mais 24 horas, 7 dias por semana!? Eu gosto tanto de pessoas, de me relacionar com pessoas, era lá capaz de viver sem me dar com uma alminha que fosse.

Thursday, July 17, 2008

3 beijinhos

Geralmente é com 3 beijinhos que os holandeses se cumprimentam e despendem, mas hoje recebi 3 beijinhos especiais. Foram dados por uma das velhotas do lar, as duas semanas passadas , quase não falava comigo, hoje deu-lhe para conversar. E no final do dia despediu-se de mim com 3 beijinhos! Fiquei tão contente!
Hoje para além de ajudar com o koersbal, fui também ajudar com a refeição! Fartei-me de trabalhar mas soube-me muito bem!
Mas senti algumas dificuldades com a língua, por exemplo depois de ter servido todas as sopas é que percebi que estava a perguntar às pessoas se queriam sopa de legumes (groentensoep), mas estava a dar-lhes caldo de carne (runderbouillon). Entre outras coisas!
Conheci uma enfermeira de fugir. Daquelas que quando nos falam, achamos que nos temos de pôr em sentido. Mas dessas senhoras há em todo lado. Pura e simplesmente ignorei-a! Às vezes também ajuda fingir que não percebemos o que nos dizem! ;) Um dos senhores disse-lhe com um tom bem irónico, bem sarcástico " A senhora é muito amigável!"
Outra senhora perguntou-me 4 vezes como eu me chamava. Reagia sempre como se fosse a primeira vez que me via. Respondia-me sempre "que bonito nome!". Tem um ar simpático e gosta de cantar e dançar.
Cada vez gosto mais de lá ir!

Blow out

Blow Out (1981) este é o nome do filme que ontem vimos. tirando a musiquinha irritante característica dos anos 80 (o que vale é que não surge assim tantas vezes!), o filme é brilhante.
O cerne da história centra-se, não tanto na questão da procura da verdade, mas sim, na luta para que a verdade não seja "abafada"! Levanta diversas questões morais e éticas. Quanto é que vale a verdade? Por outro lado, temos as questões: Até onde podemos ir para conseguir aquilo que queremos? Será que os fins justificam todos os meios?
Eu gostei, gostei mesmo muito!

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Wednesday, July 16, 2008

Walt Whitman

Acabei de ler o livro "Dias exemplares" de Michael Cunningham. Durante o livro à bastante referências e citações da obra do poeta Walt Whitman as minhas preferidas são as seguintes:


"Uma criança perguntou: - O que é a erva? , estendendo-me as mãos cheias dela; como poderia eu responder-lhe? Não sei mais do que ela."

"A terra é o bastante, não quero as constelações mais perto, sei que estão muito bem onde estão, sei que bastam àqueles que lhes pertencem."

Tuesday, July 15, 2008

Perspectivas

Quantas vezes acontece compramos livros, cd's, filmes... Lemos, ouvimos, vemos uma vez e ficam colocados numa estante a apanhar pó. Quando a nossa necessidade de coisas novas surge, saímos à procura de coisas novas para comprar. Antes de vir para aqui morar isso acontecia-me frequentemente agora não tanto. A razão principal é porque aqui não consigo arranjar livros em português, das duas vezes que fui a Portugal comprei e trouxe alguns, mas esse não dão para muito tempo. Comecei a reler os livros que tenho, e descobri um prazer novo. Acho muito interessante redescobrir personagens, das quais já não me lembrava, histórias das quais já não sabia pormenores. Quando lemos um livro pela segunda vez, damos atenção a outros detalhes, ou pelo facto de termos vivido outras experiências analisamos a história de maneira diferente, valorizamos as coisas de forma diferente. A semana passada, de forma a obter mais espaço na nossa casa pequenina, comprámos estantes novas e rearranjamos a sala. Resumindo, todos os livros foram mexidos e eu redescobri uma grande quantidade de livros que quero ler e outros tantos que quero reler. Acho que me vou conseguir manter até ir novamente a Portugal! :)
Ontem decidi começar a fazer o mesmo com uns cd's. Estou sempre a ouvir musica, mas já estava a ficar um pouco saturada da minha playlist. Resolvi começar a ouvir cd's que já não ouvia há anos. É sempre surpreendente quando passados não sei quantos anos ainda nos conseguimos lembrar de determinadas musicas. Outra descoberta que eu fiz, foram uns cd's de musica clássica que o João tinha comprado, numa altura em que achamos que devíamos dar oportunidade a esse género de musica. Lembro-me da primeira viagem que fizemos a Sines/ Porto Covo em 2001, de só ouvirmos esses cd's no carro. Não me recordo de os termos ouvido mais. Estão a dar um novo colorido aos meus dias! :) Foi uma surpresa bem agradável!:)
Não precisamos de estar sempre a comprar coisas novas, para ter experiências diferentes. Às vezes só temos de redescobrir o que já temos! :)

love story

Eu, uma miúda que gosta de filmes difíceis de seguir, com elaborações filosóficas sobre a existência e condição humana, com investigações, com criminosos (se possível serial killers), ando numa de filmes que aos quais eu costumo chamar "lamechas" ou "bonitos", ou seja, filmes de histórias de amor. Sei lá, fazem-me sentir bem, animam-me! O mundo parece ficar menos negro, a felicidade existe é possível e tudo pode e irá correr bem. Atraem-me filmes que chamem atenção para as pequenas coisas da vida.
Ontem vi um filme com essas duas vertentes, uma história de amor, que chama atenção para os pequenos prazeres! Todos nós temos estas pequeninas coisas de que gostamos e quando temos oportunidade de as fazer a nossa vida fica um pouco mais iluminada mais preenchida.
O filme chama-se "Roman Holiday", com Audrey Hepburn

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Só há um pequeno senão neste filme, o final. O final é realista, mas eu em histórias de amor gosto de finais felizes. Aqueles finais bem lamechas, com beijoca no final, "fade out" e uma sensação de final de contos de fada, a sensação do " e viveram felizes para sempre"! Não tive disso mas o filme é muito mais do que isso!

Variações

Depois de ter feito alguns pães "normais" decidi começar a fazer inovações/ variações.
O primeiro foi pão com sementes de girassol que ficou uma delicia.
O segundo foi pão com oregãos. Tinha experimentado este pão quando num almoço, num "restaurante" em Amsterdão e fiquei conquistada pelo sabor. Quando decidi começar a fazer variações decidi logo que essa, ia ser uma das primeiras. Hummmm ficou uma maravilha! Claro que eu sou suspeita!
Começou logo a fazer magia quando estava a cozer. O cheiro do pão a cozer já é muito bom, mas com oregãos é divinal. Acho que este pão só tem mesmo um problema, é não se adequar muito bem para o pequeno almoço, não me parece que o sabor de oregãos conjugue bem com café com leite! Mas que introduz algo de diferente numa refeição isso sem dúvida! A próxima experiência com sementes de abóbora. E claro tentar arranjar uma farinha melhor!

Monday, July 14, 2008

Fim de semana

No sabado, não fiz nada de jeito. Apenas umas compras necessárias para a casa e uma bela soneca à tarde (2hrs) que não foram suficientes para me revigorar, pois às 22H estava novamente cheia de sono.
No domingo, o dia foi dedicado a livros e filmes.
O livro que ando a ler agora é "Dias exemplares" de Michael Cunningham. É o quarto livro que leio deste autor e devo dizer que os outros já foram relidos. Quando lemos algumas obras de um mesmo autor começamos a apercebermos do seu estilo próprio, dos seus interesses, que é que foca a sua atenção. Nos três livros anteriores, verifica-se que o autor dá atenção à "problemática" da homossexualidade e à morte por SIDA. Fiquei curiosa por saber se o autor está de alguma forma relacionado com isto e se está, de que forma?
O primeiro filme que vimos foi "Paris when it sizzles"

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Eu adorei o filme!
De seguida o filme escolhido foi "The Shawshank Redemption" eu gostei muito do filme mas....há qualquer coisa nele que não bate certo! Pelo menos para mim....

Wednesday, July 9, 2008

Coisas bonitas

Aqui em Haarlem, há um mercado de "velharias" de 15 em 15 dias durante o Verão. Eu gosto de passear por lá de vez em quando. Gosto de ver as máquinas fotográficas mais antigas, procurar fotos e postais... Gosto também de relógios e de bules! Ainda bem que os preços são proibitivos senão iria ser muito difícil resistir! Em Portugal tínhamos comprado apenas uns livros de fotografia e uma máquina fotográfica, mas aqui ainda não tínhamos comprado nada! Este Sábado fizemos a nossa primeira compra, neste mercado.
Comprámos uns postais que eu gostei bastante, que me fazem lembra as fotos que eram pintadas por cima, para colmatar a falta de cor, e o facto de no inicio do século fotos monocromáticas não significava necessariamente a preto e branco, havia azuis castanhas/ sépia, purpura etc.
Esta procura de postais trás ainda um bónus, que são os selos! Quando era pequena tinha uma colecção de selos, (ainda tenho), mas agora já não costumo dedicar muito tempo à colecção. Geralmente associados aos postais encontram-se selos, muito bonitos também! Talvez peça à minha mãe para me trazer a colecção e comece a dedicar novamente algum tempo. Todo o processo de retirar os selos das cartas, o secar de forma a não danificar, o guardá-los com cuidado e o observá-los à lupa, era bastante interessante! Agora que falo disso talvez recupere esse hábito!
O que trouxemos:
Um relógio de xadrez, que com o seu mecanismo simples mas muito interessante me cativou. Ao João como foi em tempos jogador de xadrez e os utilizava em torneios, trouxe recordações desse tempo.

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Uns postais que eu adorei.

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Estas caixas eram muito cativantes com as suas cores fortes e condição impecáveis. Mas o preço de fugir... pelo menos para mim! Por isso continuaram na bancada à espera de um comprador , mais "mãos largas"!

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Tuesday, July 8, 2008

Cheiro

Hoje a minha casa cheira a arroz doce! Não é a canela! É aquele cheirinho característico do leite quente misturado com a casca de limão e o pau de canela.
Estou aqui a controlar-me toda para provar. Já não como arroz doce à um bom tempo. E não sabia como fazer. A minha primeira tentativa há uns anitos foi direitinha para o caixote do lixo, o arroz não estava cozido, ficou muito duro, e estava demasiado doce. O João que até é um querido e esforça-se por comer mesmo quando as coisas não saem tão bem, dessa vez não conseguiu!
Talvez hoje, a historia tenha um final diferente. Li não sem quantas receitas de arroz doce, optei pela que me parecia mais prática e utilizei uns quantos truques de outras. Falta-me aqui a minha Ana Matos para me ensinar. Pelo menos doce em demasia não estará uma vez que eu não tinha açúcar em casa e coloquei apenas umas colherzinhas de mel.

Chuva....

Estou à cerca de 1 hora à espera que a chuva acalme para ir às compras!
Não pára, é contínua, intensifica-se, abranda um pouquinho mas não pára!
Às questiono-me, como é possível eu viver há já 10 meses num país em que chove tanto e não ter um chapéu-de-chuva??

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Quando for grande vou tirar fotos bonitas (como esta) da chuva, por agora uso as que andam perdidas na internet!

Monday, July 7, 2008

Passeio

A chuva foi simpática esperou até estarmos no conforto do lar para começar.
O passeio levou-nos numa viagem de 1 hora e 45 minutos de autocarro até Muiden. Quando se vai na tagarelice com uma boa companhia, não custa nada.
O que nos levou lá foi o castelo Muiderslot, que é muito interessante.
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O castelo/forte fica numa zona de acesso ao mar, fica portanto junto a porto de passeio. Com veleiros enormes e lindíssimos, ficando a terra com um ar ainda mais agradável.

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O almoço foi muito saboroso, embora uma boa dose de fome tenha ajudado nesta classificação!
No regresso para apanharmos o autocarro, deslumbramos algumas casas no canal. E eu acho que ainda é melhor para além de viver no canal, viver assim rodeado de verde!

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And the winner is...

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NADAL NADAL NADAL NADAL NADAL

O jogo foi longo e muito emocionante! Adorei assistir ao jogo e adorei a vitória! Cá em casa houve, saltos, gritos ( coitados dos vizinhos!), palmas e até lagrimas.
Adoro Ténis!

Thursday, July 3, 2008

"Volta para a semana?'"

Esta foi uma das perguntas mais significativas para mim nestes últimos 10 meses. Está envolta num sentimento muito positivo, cheio de energia que é o da aceitação. Sentir-mo-nos aceites, é uma sensação muito boa!
Quem disse esta frase? Uma velhota do centro onde vou fazer voluntariado.
Comecei hoje, ajudei na realização de um jogo. Estavam todos animados porque há muito tempo que não o faziam! Eu adorei! Estive lá duas horas, e foram as melhores duas horas da minha semana.
Ser voluntário, fazer algo por alguém, tem essa capacidade magnifica que é distanciar-mo-nos de nós. Durante duas horas não pensei em mim, na minha vida ( ultimamente ando muito egocêntrica), pensei apenas no que poderia fazer para tornar a tarde destas senhoras mais animada. São todas umas queridas, umas mais caladas, outras mais faladoras!
Quando uma senhora disse que só jogava se eu a ajudasse a equilibrar-se, fiquei toda contente. Afinal também é um sinal de aceitação de integração no grupo.
Despediram-se todos de mim com um "Até para a semana!", o que é acho que é muito bom!
Quanto ao Holandês, percebi cerca de 60% do que disseram, elas perceberam tudo o que eu disse. Acho que não está mal para inicio!
Aqui fica uma imagem do jogo, chama-se koersbal e é tipo um jogo de malha indoor!
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Deprimente

O que pode ser mais deprimente do que acordar muito cedo, olhar para a janela e estar tão escuro, que mais parece que está a anoitecer, em vez de amanhecer?

Para ajudar está a chover imenso.... ai estou tão triste! :(

Wednesday, July 2, 2008

Privacidade

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Esta foto não é de todo, das melhores, digamos que tem problemas de exposição mas dá para ilustrar, sobre o que quero falar.

Eu moro num 3º andar e esta é a janela da nossa sala, tem cerca de 3 a 4 metros de largura e não tem nenhuma forma de ser aberta. Resultado, é impossível de limpar.

Eu adoro esta janela, gosto imenso da luz que deixa entrar, adoro o facto de dar para arvores. É como ter um grande quadro vivo, pois ao longo no ano as arvores vão mudando de cor, a minha altura preferida é sem dúvida o Outono, com os seus tons acastanhados. É desta janela que eu muitas vezes observo pássaros, a minha vizinha tem uma arvore no jardim dela, que os pássaros parecem gostar muito. Não o faço mais porque não deve ser uma visão muito simpática ver alguém de binóculos à janela. Eu não sou abelhuda mas é o que parece!

Apesar de ser uma janela muito grande ( a do quarto é do genero), não temos muitos problemas com privacidade porque a janela está virada para as árvores. Mas há uma excepção... Como disse as janelas são impossíveis de limpar, mas nas primeiras 4º feiras, vem uns senhores alpinistas muito simpáticos limpar as janelas e aí começa o meu problema com a privacidade.

A primeira questão é que eu sei que é a 1ª 4ª feira, mas não tem regularidade, não é todos os meses, mas também não é de dois em dois meses.... eles apenas aparecem sem padrão. Geralmente apanham-me de surpresa.... é nesta surpresa que começa a invasão da minha privacidade, nunca sei quando contar com eles.

A primeira vez estava a dormir, pensei que estava a ser assaltada. Levantei-me sobressaltada, fui ver e dou com um jovem a sorrir-me e a dizer adeus do outro lado da janela.

Já me apanharam a sair do banho, da casa de banho, fugi a correr de volta para a casa de banho. Mesmo quando estou só a ler o jornal ou sentada em frente ao computador, é incomodativo, ter alguém do outro lado da janela, em que a função implica mesmo olhar para a janela. Sinto-me como um animal preso em exposição.

Acho que iria ter imensos problemas se vivesse numa dessas inúmeras casas que tem janelas grandes e que ficam no rés-do-chão (bastante frequente nesta terra), com toda a "alminha" que passa na rua, a olhar para dentro da minha casa. Por muito que uma pessoa tente, é difícil resistir à tentação de olhar ( pelo menos para mim). Também sei que ao principio era mais difícil de controlar, porque não estava habituada. Agora como é bastante comum, já não me chamam tanto atenção. Mas de vez em quando lá dou uma mirada. Coitadas das pessoas do outro lado da janela, devem sentir o mesmo que eu, quando vêm os "alpinistas". Ou será que a pessoa acaba por se habituar a ter estes espectadores furtivos na sua vida???

Tuesday, July 1, 2008

Curiosidades

Esta semana estou virada para a fotografia e os livros de fotografia que cá tenho em casa. Cada vez que os folheio encontro sempre algo novo, algo diferente que me chama atenção. Desta vez foi no livro "Vidas Alheias" de Alfredo Cunha.

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O ano de publicação do livro é 1974. No geral, a sensação que obtive é de uma tristeza, aquela tristeza que a pobreza nos transmite. Todas as fotos reflectem a pobreza que se vivia noa anos anteriores a 1974. No meio de todas aquelas fotos com uma nota deprimente, encontrei uma que nos dias de hoje, e com toda a conversa à volta da preservação do ambiente e dos "malditos" sacos de plásticos, pode ser encarada com um certo humor.
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"Não se justifica que os supermercados cobrem dinheiro pelos sacos de plástico."

2º pão

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Não sei se vou aguentar muito tempo, para experimentar! Mas se souber tão bem como cheira... hummm vai ser divinal!

Paris mon amour

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Foto de Martine Franck - Exposição de arte belga no Grand-Palais, 1972

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Foto de Dennis Stock, Café de Flore, 1958


Este é um dos meus livros preferidos de fotografia ( dos que eu tenho,claro!).

Está recheado de fotos magnificas é muito difícil de escolher qual se gosta mais. Mas, sinceramente, não há necessidade de o fazer pode gostar-se de todas, como é obvio! :)

A minha preferida é a de Dennis Stock - Café de Flore. Gosto da composição da foto, acho caricata a situação fotografada e gosto das histórias que me faz imaginar. podem ser levantadas muitas perguntas:

Porque é que o casal não se vai embora, uma vez que o o café está a fechar? Já não se vêm há muito tempo? Vão ficar muito tempo sem se ver? Ou estão tão apaixonados que se esquecem completamente do mundo à sua volta? será um namoro proibido que os faz aproveitar cada minuto que estão juntos até ao máximo?

Porque é que o empregado não intervêm? Recorda-se com saudades de quando era jovem e apaixonado e se esquecia das horas? Ou talvez é um romântico incurável que não quer de forma alguma interromper esta expressão de afecto? Ou então já se "esmifrou" para correr com eles mas sem sucesso algum!

Quem eram as outras pessoas sentadas nas cadeiras que agora se encontram arrumadas?

E...será que este café ainda existe? Que histórias de amor e desamor poderá este empregado contar?

....

Hoje acordei com a cabeça cheia de histórias! :)