Na última aula de história de fotografia o tema abordado foi o retrato.
O que é que o retrato nos diz sobre a pessoa retratada?
Porque é que a pessoa se deixou ser fotografada daquela forma?
Que valor tinha e tem o retrato?
Será que se mantêm as mesmas preocupações relativamente ao retrato?
Estas foram algumas questões acordadas na aula e que me puseram a pensar. Por isso, fui ver o livro de fotografia, "personagens" de Jorge Santos. Uma compilação de retratos de portugueses conhecidos. A acompanhar o seu retrato cada personagem/personalidade, escreveu umas linhas.
Uma das que gosto mais é sem dúvida a de Manoel de Oliveira
"Este que está aqui na fotografia sou eu."
Outra frase, que gostei bastante acompanha a fotografia do músico Tozé Brito e diz o seguinte :
"Que idade terias se não soubesses a idade que tens?"
Eu não sei qual é a resposta das outras pessoas mas a minha seria 21!
Também enquadrado no tema do retrato, fomos ver a exposição que se encontra no museu "De Hallen" em Haarlem. A exposição "Heart beat" de Nan Goldin. Foi a que levantou mais questões.
Influenciada ainda pelas perguntas da aula, (porque é que as pessoas querem/aceitam ser fotografadas de determinada maneira? O que nos diz um retrato da pessoa fotografada?) Tentei observar as fotos de forma a responder essas questões.
Foto por: Nan Goldin
Foto por: Nan Goldin
Segundo a fotografa, a sua área de trabalho é o nível mais intimo das relações humanas.
Temos pessoas normais, desconhecidas ("que se diluem na multidão"), nas suas casas, no seu ambiente familiar, o seu ambiente quotidiano.
Temos um fotografo que tem como projecto fotografar as suas relações mais intimas. Este fotografo é um elemento estranho, traz a sua câmara mais um elemento estranho, provavelmente trará luzes, mais elementos estranhos.
Eu acho impossível as pessoas agirem "normalmente"/ de forma natural, com tantos elementos estranhos à sua volta. Julgo que se entra na esfera da representação, perdendo-se o natural, o normal, o intimo. Perdendo por isso o objecto de estudo/trabalho/ a ser explorado.
Porquê? Porque é que as pessoas querem ser retratadas assim?
Talvez um exorcismo do seu voyeurismo ( fotografo) e do seu exibicionismo ( casais fotografados), e uma exploração do voyeurismo de todas as pessoas que vêm as fotos.
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