Monday, March 2, 2009

Poesia

A minha relação com a poesia é um pouco estranha e irregular.
Tenho uns quantos livros, que de vez em quando me lembro de abrir ao calhas e ler um ou outro poema. Geralmente fico sempre com a sensação " gosto tanto de poesia, tenho de ler mais!" mas nunca acontece. Os livros continuam a ser abertos esporadicamente.
Em tempos tive uma colega que adorava poesia e que tinha uns quantos poemas que adorava declamar, volta e meia lá estava ela a declamar um dos seus favoritos. Eu sempre lhe achei piada e gostava de poder fazer o mesmo.
No outro dia quando ia às compras lembrei-me dela. Enquanto passava pela zona de árvores, já de noite, comecei a dizer um poema de Luís de Camões em voz alta. Um soneto bem conhecido, mas eu engasguei-me logo na primeira estrofe. Que tristeza, Silvia!- pensei eu. Experimentei outro e outro, mas foi sempre a mesma história, não conseguia ir mais longe do que a primeira estrofe.
Fui às compras, no caminho de volta tentei novamente lembrar-me, continuei a dizer as primeiras estrofes de alguns poemas em voz alta, mas não mais que isso.
A "frustração" era tanta que cheguei a casa fui buscar os meus livros e pus-me a ler ( os que eu tanto me queria lembrar) li-os e reli-os. Mas hoje voltei a não conseguir ir mais longe do que a primeira estrofe. É escusado, não é suposto eu saber poemas de cabeça. :)
Mas as pessoas que moram aqui por perto, se alguma vez ouvirem alguém na rua a dizer em voz alta " Alma minha gentil, que te partiste/ tão cedo desta vida descontente..." , ficam a saber que posso ser eu, mas não fiquem a contar ouvir o resto. :)

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